Da Redação
No último dia 28 de agosto foi assinado um acordo de cooperação entre o Governo do Distrito Federal, por meio da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com o objetivo de expandir a campanha Cartão Vermelho para o Racismo para os estádios de todo o Brasil. A campanha foi criada em Brasília e passou a fazer parte dos jogos locais. Agora, com o acordo, a iniciativa vai passar a integrar campeonatos organizados pela CBF.
A campanha será aplicada nas principais competições nacionais de futebol, como: Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Brasileirão Feminino A1 e Copa do Brasil Feminina. A iniciativa inclui ações como entrega de cartões vermelhos ao público no portão de acesso, atos representativos antes das partidas, letramento racial para atletas e comissão técnica, e ampla visibilidade em telões e painéis de LED.
Um estudo de 2023 realizado com apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 41% dos profissionais que atuam no Brasil, entre eles, jogadores, membros de comissão e arbitragem, já sofreram racismo durante o exercício de sua atividade. Os casos de discriminação incluem “piadas”, insultos e ataques, sendo que 53% ocorrem nos estádios, 31% nas redes sociais e 11% nas sedes ou centros de treinamentos.
A campanha faz parte da Política Distrital de Prevenção e Combate ao Racismo nos estádios, que foi instituída pela Lei Vinicius Júnior (Lei 22.084/2024), sancionada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. A ação já foi aplicada em três jogos promovidos pela CBF na Arena BRB Mané Garrincha, com o apoio da Federação de Futebol do Distrito Federal e do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Os jogos foram marcados por gestos contra o racismo, como a exibição coletiva de cartões vermelhos pelo público, além de faixas em campo com mensagens contra a discriminação racial. Além disso, a campanha aconteceu no jogo entre Vasco e Palmeiras, realizado em maio deste ano, e nas partidas entre Aparecidense e Fluminense e entre Capital e Botafogo.
O acordo terá vigência de 24 meses, e cada parte ficará responsável pelas próprias despesas e pela execução das ações definidas. Será criado um comitê conjunto para acompanhar os resultados da campanha e propor ajustes na parceria.
