Da Redação
O Movimento Olga Benário criou uma campanha em homenagem à Gabriela Mariel, vítima de feminicídio na última semana, no município de Mauá, região metropolitana de São Paulo (SP). A vítima lutava pelo funcionamento 24h da Delegacia da Mulher na região.
Gabriela era liderança do movimento Olga Benário na cidade onde morava, tinha 33 anos e uma filha de nove anos. Em publicação no Instagram, movimentos sociais prestaram homenagens e fizeram questão de destacar a trajetória de luta encabeçada pela ativista que, além de trabalhar em uma escala 6×1 no Shopping de São Caetano, atuava como coordenadora da Ocupação Alceri Gomes, onde passava boa parte da semana.
A vítima morava com o marido e foi assassinada por ele dentro de casa na madrugada do último dia 4 de junho. O homem confessou o crime e foi preso em flagrante pela polícia. O caso foi registrado no 1º Distrito Policial de Mauá. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo SSP informou que a investigação foi encaminhada à Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Mauá, que realiza as diligências finais para esclarecer os fatos.
De acordo com informações da SSP-SP, até abril de 2025, 21 mulheres foram vítimas desse tipo de crime. São cinco a mais do que os cometidos no mesmo período do ano passado.
O Movimento Olga Benário realizou protestos em São Paulo reivindicando justiça e exigindo da sociedade e do Estado a adoção de práticas efetivas pela erradicação do feminicídio. Nesse sentido, também foi criada essa uma ação que leva o nome de Gabriela: a Campanha Gabriela Mariel de combate à violência contra as mulheres.
Nas redes sociais, o movimento explicou que o objetivo da iniciativa é assegurar as condições materiais para dar continuidade à essa luta, como panfletos, bandeiras e caixa de som,. Outro objetivo é juntar recursos e forças para construir o 3° Encontro Estadual do Movimento de Mulheres Olga Benário em São Paulo no dia 21 de junho, que discutirá políticas e estratégias de combate a violência contra a mulher.
A campanha acontece em meio a um recorde de registros de casos de feminicídio tanto em São Paulo, como em todo o Brasil. O país teve, em 2024, o maior número de feminicídios desde o início da série histórica em 2020, segundo dados do Mapa da Segurança Pública divulgados na última quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. De acordo com o levantamento, quatro mulheres são assassinadas por dia no país em contextos de violência doméstica, familiar ou motivados por discriminação de gênero.
Já no estado de São Paulo, em 2024, foram 250 casos de feminicídio. O número é o maior já registrado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).