Candidato a deputado federal de Feira de Santana (BA) registra boletim de ocorrência depois de ter a casa pichada com frase racista

Na última quarta-feira (21), o candidato a deputado federal Damazio Santana (PSB) decidiu registrar boletim de ocorrência para denunciar o último ataque racista que sofreu.

Damazio Santana (PSB) havia afirmado anteriormente que não queria prestar queixa como forma de se manifestar

Por Andressa Franco

Na última quarta-feira (21), o candidato a deputado federal Damazio Santana (PSB) decidiu registrar boletim de ocorrência para denunciar o último ataque racista que sofreu. O muro da sua casa foi pichado na última desta terça-feira (20) com a frase “fique na senzala”. Popularmente conhecido como Mazo, o candidato é morador do bairro Caseb, em Feira de Santana (BA).

Procurado pela Afirmativa no dia do ocorrido, Mazo informou que não iria prestar queixa como forma de se manifestar. “Não adianta uma pessoa negra, pobre ir à delegacia, ninguém vai se importar. Se eu fosse rico ou tivesse um pai importante, seria diferente. Não vou registrar Boletim de Ocorrência porque vou ser o caso isolado nº 11.512”, disse.

Nas últimas violências sofridas, Mazo apelou para que as pessoas não o atacassem, mas não havia feito menção sobre a busca pelos responsáveis. “Não faça mais não. Você não ganha nada com isso”, disse em um vídeo nas suas redes sociais no dia 11 de setembro, após um homem que passava de moto ofendê-lo. No mesmo vídeo, relatou que já havia recebido três ligações com ofensas racistas, ouviu também que não deveria entrar para a política.

“Eu não sou filho de governador. Eu não sou neto de Ana Maria Braga. Entendeu? Se eu fosse, já tinham achado o cara.”, comentou o candidato do PSB em entrevista ao A Tarde, relatando ainda preocupação com sua mãe diante da situação. Afirmou ainda que não pretende apagar a pichação na frente da sua casa no momento, e que sempre se indignou ao ver episódios de racismo com outras pessoas, mas diz não saber o que fazer quando se torna vítima. “Parece que a gente perde o chão. Você fica sem entender, um tanto anestesiado”.

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