Casal de indígenas é morto em casa no município de Aral Moreira (MS)

O suspeito do crime foi preso em flagrante. A Polícia Civil afirma que a motivação do crime foi desavença familiar, mas o Ministério dos Povos Originários pede que a Polícia Federal investigue o crime 

O suspeito do crime foi preso em flagrante. A Polícia Civil afirma que a motivação do crime foi desavença familiar, mas o Ministério dos Povos Originários pede que a Polícia Federal investigue o crime 

Por Patrícia Rosa

Imagem: Polícia Civil

A líder religiosa  indígena, Nhandesy Sebastiana, de 92 anos, e seu companheiro, Nhanderu Rufino, de 55 anos, foram mortos na casa onde moravam, no território de Guasuty, município de Aral Moreira (MS). O casal foi encontrado carbonizado na manhã de segunda-feira (18). 

De acordo com  a nota publicada pela Polícia Civil, um homem de 26 anos foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado.  “A liderança da aldeia informou sobre um suspeito, um indígena de 26 anos, que já vinha ameaçando as vítimas devido a uma briga familiar. Durante as investigações iniciais foram encontradas marcas de sapato no local do incêndio que seriam compatíveis com os do autor.”

A polícia ainda relatou que o suspeito do crime estava envolvido com tráfico de drogas na reserva onde residia e nas comunidades vizinhas. 

Uma liderança indigena da comunidade, relatou ao Jornal Midiamax que o casal era atuante no trabalho espiritual da aldeia e que foram ameaçados dentro da comunidade. “Temos informações de que o casal já havia sido ameaçado dentro da própria comunidade por suposta feitiçaria.  Esse crime pode sim estar ligado sim à prática de intolerância religiosa”, disse a liderança ao jornal local.

A ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara, se manifestou nas redes sociais lamentando a brutal morte do casal da etnia Guarani Kaiowá e declarou que foi solicitado que o caso seja acompanhado pela Polícia Federal. A líder indigena ainda declarou que situações semelhantes são comuns na região. 

“Não basta lamentar, a nossa equipe está acompanhando ali, tratando de agilizar  as investigações para que essa situação seja apurada e os culpados sejam punidos. Nós estamos acompanhando, pelo Ministério dos Povos Indígenas, acionamos o ministério da justiça, para que a polícia federal possa dar maior  agilidade ao caso”, afirmou a líder indigena. 

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