Colégio de Salvador proíbe a renovação da matrícula dos estudantes envolvidos em caso de racismo

Nesta terça-feira (23), o Colégio Cândido Portinari, localizado no bairro Costa Azul, em Salvador (BA) anunciou que os estudantes do oitavo ano que fizeram ataques racistas contra uma colega de classe em um grupo de WhatsApp, não poderão renovar a matrícula para o ano de 2022.

Os ataques foram contra uma bolsista, filha do porteiro da instituição; Com um caso de racismo semelhante, o Colégio Sartre ainda não definiu as consequências para seus alunos

Por Andressa Franco

Nesta terça-feira (23), o Colégio Cândido Portinari, localizado no bairro Costa Azul, em Salvador (BA) anunciou que os estudantes do oitavo ano que fizeram ataques racistas contra uma colega de classe em um grupo de WhatsApp, não poderão renovar a matrícula para o ano de 2022. A vítima tem 14 anos, é moradora de um bairro periférico e filha do porteiro da escola e bolsista da instituição.

O colégio chegou a publicar uma nota se posicionando sobre o caso, afirmando não compactuar com atitudes de discriminação, e que havia aplicado medidas disciplinares aos alunos que participaram do ato.

Os insultos aconteceram no dia 13 de novembro, outra estudante, incomodada com as mensagens, mostrou para a mãe os prints, que denunciou o caso para a escola. Entre as ofensas, um dos adolescentes diz aos risos “Vamos fazer uma vaquinha pra te tirar da favela. Debaixo da ponte já serve”, além de insinuar que o pai da garota é assaltante.

Depois de se defender, ao dizer que “na favela não tem só coisa ruim”, os insultos seguiram, na tentativa de humilhar a colega. “Existe inocente na favela? Só na globo”, “Você não tocou numa arma, até então” e “Beethoven para você deve ser som de bala perdida. Só por curiosidade, você já ouviu algum tiroteio?”, foram algumas das frases.

O caso se assemelha ao ocorrido no Sartre – Escola SEB, outro colégio privado da capital baiana, localizado no Itaigara. Alunos do ensino médio da instituição enviaram mensagens de teor racista, também em um grupo de WhatsApp. “Pode macaco no grupo?”, questionou um dos jovens. “Baniram piada com negros, porém, não sabem que os negros já são piadas”, afirmou outro. O caso está sendo apurado pelo Ministério Público do estado.

Em nota publicada no dia 10 de novembro, o Sartre afirmou que os alunos envolvidos foram afastados enquanto o Comitê de Ética avaliava o caso. “Embora tudo tenha ocorrido fora do ambiente escolar, sem qualquer vínculo pedagógico, a escola não poderia se furtar de cumprir sua função educativa, verificando a participação de seus alunos no fato”, diz um trecho da nota.

O colégio realizou nesta quarta-feira (24) uma palestra virtual com o tema “Diversidade, tolerância e redes sociais”, mas não estabeleceu qualquer relação do evento com os casos recentes de racismo. E as consequências para o grupo de alunos envolvido segue sem definição.

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