Texto: Divulgação
Um filme baseado em dores verdadeiras, que revela a dura realidade do racismo no contexto da assistência e serviços de saúde no Brasil, esse é o curta-metragem “Corpo Preto”. A iniciativa tem o foco nas micro agressões e discriminações sofridas por pessoas negras, e questiona as diferenças no atendimento médico e os impasses raciais que afetam a qualidade de vida dessa parcela da população.
O curta é uma iniciativa do Instituto Yduqs e do Instituto de Educação Médica (IDOMED). Com o intuito de provocar uma reflexão sobre as consequências do racismo estrutural na saúde, o curta acompanha a jornada de um homem negro enfrentando a indiferença e negligência de profissionais desta área. Para simbolizar a ausência de atenção e invisibilidade, a equipe de criação optou pelo uso de câmera e efeitos para desfocar o paciente.
Pessoas negras somam cerca de 76% dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O curta destaca o distanciamento e a falta de cuidado, mostrando de forma contundente as barreiras que pessoas negras enfrentam até no momento mais crítico de suas vidas.
Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs, afirma que ‘Corpo Preto’ é um relato emocionante, que levanta a visibilidade ao tratamento desigual em serviços médicos. “Estamos modificando a prática médica, dando visibilidade a um problema estrutural da saúde e da sociedade. Estamos trabalhando para formar médicos mais preparados para enxergar e cuidar de todas as vidas, promovendo uma educação mais equitativa e, acima de tudo, humana”, afirma a presidente.
O curta foi lançado no último dia 01 de abril, no Rio de Janeiro (RJ). Na sequência o público participou de uma mesa redonda com debate sobre o tema, com a presença da médica e integrante do Núcleo de Inclusão, Diversidade e Humanização (NIDH) do IDOMED Amanda Machado e de Nany Oliveira, diretora do curta.
Corpo Preto pode ser acessado através do link. Para ampliar a visibilidade do projeto, serão realizadas ações de comunicação focadas no letramento racial, incluindo exibições especiais do filme em cinemas nacionais, ativações com influenciadores digitais, palestras com especialistas e divulgação em mídias Out of Home (OOH).
Além do curta, também foi desenvolvido o livro, “Nigrum Corpus – Um estudo sobre racismo na medicina brasileira”. Um material educativo que evidencia os vieses dentro da área da saúde, abordando a origem do problema já na formação dos profissionais de saúde. O objetivo é que o material seja distribuído para as principais faculdades de medicina do país, a fim de priorizar a formação de médicos mais conscientes, empáticos e preparados para enfrentar o racismo institucional.