Curta-metragem “Se trans for mar” estreia no Museu da Imagem e do Som de Santos, em São Paulo

“Se trans for mar” é o nome do curta-metragem que será lançado nesta quinta-feira (24), às 19h30, no Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS), em São Paulo, com entrada franca. A obra tem por objetivo apresentar uma história com uma protagonista travesti, mas sem associá-la à manutenção de estigmas em torno desse grupo.

O filme conta como a personagem Iara enfrenta uma nova etapa da vida ao ser expulsa de casa pelos pais; o objetivo da obra é apresentar uma história com uma protagonista travesti, mas sem associá-la à manutenção de estigmas em torno desse grupo

Por Andressa Franco

Imagem: Reprodução

“Se trans for mar” é o nome do curta-metragem que será lançado nesta quinta-feira (24), às 19h30, no Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS), em São Paulo, com entrada franca. A obra tem por objetivo apresentar uma história com uma protagonista travesti, mas sem associá-la à manutenção de estigmas em torno desse grupo.

O projeto foi um dos cinco contemplados no 1º Concurso de Apoio a Projetos Culturais de Curtas-Metragens no Município de Santos, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura – Secult. Com duração de 25 minutos, o vídeo conta como a personagem Iara – atriz e professora de uma escola de jovens e adultos – enfrenta uma nova etapa da vida ao ser expulsa de casa pelos pais.

Ela passa a residir no Morro da Penha com a família de sua amiga Nina Simone, formada por três gerações de mulheres negras. Quando Iara se apaixona por um educador social que lhe oferece um poema, ela hesita em acreditar que o relacionamento romântico poderia ter continuidade sendo uma travesti.

A realidade violenta e excludente contra o público LGBTQIA+ está presente no curta, mas o que predomina ao longo do vídeo é a reflexão sobre o preconceito e a possibilidade de afeto, amor e amizade no cotidiano desses segmentos marginalizados pela sociedade.

A atriz principal do curta é Renata Carvalho, que também é diretora e dramaturga, além de fundadora do Movimento Nacional de Artistas Trans (Monart). Tendo participado de produções para a TV e cinema, ela se notabilizou na peça “O evangelho segundo Jesus, Rainha do céu”, que foi censurada em algumas cidades e alvo de intensa polêmica entre setores mais conservadores.

Para a diretora e roteirista do filme, Cibele Appes, trazer para a tela uma ligação romântica e não um amor erotizado, como geralmente se vincula os relacionamentos das pessoas transgêneras, “é uma forma de combater alguns dos reflexos da transfobia, que são a solidão e a fetichização dos corpos das travestis e das mulheres trans”. A intenção da diretora foi criar uma narrativa positiva de grupos historicamente silenciados e excluídos, derrubando estereótipos.

A importância da representatividade positiva sobre o universo das trans e travestis é urgente, no entender de Cibele. “Somos um país que tem a marca assustadora de ser o que mais mata travestis do mundo, e também o que mais procura por essa palavra em sites pornôs”.

Cibele Appes tem larga experiência como montadora, produtora, diretora e roteirista em dezenas de produções audiovisuais, algumas delas premiadas em festivais. É o caso do curta “Dois garotos que se afastaram demais do Sol”, que ganhou o prêmio Coelho de Prata do júri popular no Festival Mix Brasil 2021, bem como a websérie em dez episódios “Nossa voz ecoa”, de 2017, que recebeu o prêmio de “Melhor Sampa Série” no São Paulo Web Fest.

Além da exibição no MISS, o público terá outra oportunidade de assistir ao curta nesta sexta-feira (25), às 17h30, na Vila Criativa do Morro da Penha em São Paulo. Também está prevista uma exibição em abril no Cine Roxy, ainda sem data definida, em uma mostra com todos os curtas selecionados no concurso da Prefeitura. Em seguida, a obra concorrerá em festivais de cinema por todo o Brasil.

EXIBIÇÕES COM ENTRADA LIVRE EM SÃO PAULO

24 de março, às 19h30, no Museu da Imagem e do Som  de Santos- MISS ((Av. Pinheiro Machado, 48).

25 de março, às 17h30, na Vila Criativa do Morro da Penha (Rua Brigadeiro Newton Braga, 39, Saboó)

Classificação etária: 14 anos

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