Dias depois de ter sua barraca de lanches destruída, jovem trans segue sem poder trabalhar  e agressor solto

A jovem trans Karma Iris Santos de Jesus, de 24 anos, vive dias de medo e dificuldades, após ter sofrido ataque transfobico, no último dia 28 de junho, Dia do Orgulho LGBTQIAP+.

Apesar do registro da ocorrência, a jovem segue sem proteção policial e sem seu meio de trabalho

Da Redação

Imagem: Reprodução Redes Sociais

A jovem trans Karma Iris Santos de Jesus, de 24 anos, vive dias de medo e dificuldades, após ter sofrido ataque transfobico, no último dia 28 de junho, Dia do Orgulho LGBTQIAP+. Ela trabalhava no ponto comercial que tinha com a mãe, quando sofreu uma tentativa de agressão física por parte de um vizinho, que destruiu a sua barraca de lanches, em Feira de Santana (BA).

“Ele veio realmente pra vir me matar, ele pegou uma barra de ferro e jogou na gente, só que não acertou. Em seguida ele jogou um martelo que foi na direção da minha amiga, só que não acertou. Como ele não conseguiu acertar a gente, ele destruiu a barraca toda” relatou a jovem.

No momento do crime Karma estava acompanhada da mãe e de uma amiga, as mulheres chamaram a polícia, que  presenciaram o caso.”Viram toda situação e não fizeram nada, não levou ele, pegou ele em flagrante e não fizeram nada. Na frente da polícia ele ficou me ameaçando e dizendo que fez e faria de novo e ainda disse que iria me pegar.”

Dez dias se passaram, o agressor segue solto e a jovem sem proteção policial

Na última segunda-feira (04), a mulher registrou uma queixa de ocorrência no Complexo de Delegacia do Sobradinho, apesar do boletim de ocorrência, a jovem está sem medida protetiva,  “nada foi feito, dez dias se passaram  e nada aconteceu”declarou. Com medo do agressor, mãe e filha saíram do bairro de onde moravam, o agressor teria fugido da região. 

”Ele jurou a gente de morte, qualquer carro ou moto que passa a gente fica com medo de ser ele, ainda mais depois de saber que ele voltou pra casa”. Com a proximidade do agressor e a falta de proteção policial, as duas ainda não conseguiram reerguer o ponto comercial e estão sobrevivendo com o pouco dinheiro que restou e com ajuda financeira que receberam. 

Karma conta que não foi a primeira vez que sofreu transfobia por parte do agressor, e que a violência se agravou depois que ela iniciou o processo de transição sexual. A família tinha o ponto comercial a 1 ano e meio, a vítima conta que a cerca de 10 meses o homem começou atacar e xingar e ameaçar às mulheres. “Ele passava xingando, ameaçando a gente, diziam que não queria a gente alí.”.

O advogado da vítima Niwerton Tavares, afirmou que o caso está em segredo de justiça, a defesa está em busca da medida protetiva para as vítimas

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