ESCRITORA ANA FLÁVIA MAGALHÃES PINTO LANÇA LIVRO EM CACHOEIRA E SALVADOR, NA BAHIA

Por Mariana Gomes

Nos dias 20 e 21 de maio a historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto estará na Bahia, nas cidades de Cachoeira e Salvador, para o lançamento do livro “Escritos de Liberdade: Literatos Negros, Racismo e Cidadania no Brasil Oitocentista”.  Nesta obra, a escritora referência nos estudos sobre mídia negra no Brasil apresenta os resultados da pesquisa sobre a rede de homens negros, livres, letrados e atuantes na imprensa nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX. A tese de doutorado “Fortes laços em linhas rotas: literatos negros, racismo e cidadania na segunda metade do século XIX”, que deu origem ao livro, recebeu menção honrosa do Prêmio Capes de Tese em 2015.

Um dos objetivos desta obra da professora do Departamento História da Universidade de Brasília (UnB) é somar na desenvoltura coletiva sobre a expressiva presença de homens e mulheres negras livres no cotidiano da sociedade brasileira oitocentista, sobretudo no que diz respeito às interdições aos seus direitos de cidadania. Através das trajetórias de Ferreira de Menezes, Luiz Gama, Machado de Assis, José do Patrocínio, Ignácio de Araújo Lima, Arthur Carlos e Theophilo Dias de Castro, o segundo livro da jornalista presenteia o público com a possibilidade de conhecer os esforços pela liberdade e cidadania de pessoas negras a partir de um contexto em que no Brasil os processos de libertação estavam em polvorosa, pois a experiência da liberdade negra não foi inaugurada em 13 de maio de 1888.

Ao fazer isso, a pesquisadora tem o compromisso de não desviar o olhar diante da centralidade incômoda do que chamamos hoje de racismo na formação da nação brasileira, fundada na escravização de pessoas africanas e seus descendentes e na hierarquização racializada de seus habitantes. “A escravidão no Brasil teve e tem muita força, e isso impacta nossas políticas de memória. Em larga medida, aprendemos a pensar as experiências negras restritas à escravidão. Acontece que falar sobre os lugares da liberdade nos leva a fazer outras perguntas para o passado. Perguntas essas que nos colocam da dimensão histórica do racismo na sociedade brasileira”, explica a pesquisadora.

 

 

Sobre a autora

Ana Flávia Magalhães Pinto é professora do Departamento História da Universidade de Brasília (UnB); doutora e pós-doutora em História pela Unicamp (2014 e 2017), mestre em História pela UnB (2006), graduada em Jornalismo pelo UniCEUB (2001) e Históriapela Unip (2017).

Além de “Escritos de Liberdade: literatos negros, racismo e cidadania no Brasil oitocentista” (Editora da Unicamp, 2018), é autora de “Imprensa negra no Brasil oitocentista” (Selo Negro, 2010). Organizou as coletâneas “Pensadores Negros – Pensadoras Negras: Brasil, séculos XIXI e XX”, junto com Sidney Chalhoub (EDUFRB e Fino Traço, 2016); e “Griôs da Diáspora Negra” (Griô, 2017), com Chaia Dechen e Jaqueline Fernandes, entre outras publicações individuais e coletivas.

Desde a primeira graduação, Ana Flávia desenvolve pesquisas articulando conhecimentos das áreas de História, Comunicação, Literatura e Educação, com ênfase em: atuação político-cultural de pensadores/as negros/as, imprensa negra, abolicionismos e experiências de liberdade e cidadania negras no período escravista e no pós-abolição no Brasil e em outros pontos da Diáspora Africana.

Atualmente é também coordenadora nacional do GT Emancipações e Pós-Abolição da Anpuh (2017-2019) e coordenadora da Atividades Formativas do Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha (Latinidades).

 

Lançamento em Cachoeira: 20 de maio, às 19h, na UFRB, num diálogo com os professores e historiadores Martha Rosa e Kleber Amâncio.

Lançamento em Salvador: 21 de maio, às 17h, na Igreja do Rosário dos Pretos, com palestra antes da missa da terça da bênção.

Entrada franca.

Preço do livro: R$ 35,00 (valor promocional nos dias de lançamento).

Classificação indicativa: livre.

Compra online: Editora Unicamp.

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