“Eu não estava fazendo nada, eu não me conformo até hoje”, diz ambulante agredida pela PM na micareta de Feira

A ambulante Natália da Silva estava dançando na Micareta de Feira de Santana, cidade do interior da Bahia, quando foi agredida por policiais com cassetetes. O caso aconteceu no sábado (22), mas passou a repercutir nas redes sociais após a viralização do vídeo que mostra a violência policial.

Natália da Silva foi agredida enquanto estava de costas para os agentes da polícia militar que passavam por ela

Por Daiane Oliveira

Imagem: Reprodução

A ambulante Natália da Silva estava dançando na Micareta de Feira de Santana, cidade do interior da Bahia, quando foi agredida por policiais com cassetetes. O caso aconteceu no sábado (22), mas passou a repercutir nas redes sociais após a viralização do vídeo que mostra a violência policial.

Natália da Silva conta que saiu no Bloco Lá Vem Eles e estava curtindo a pipoca de ‘O Kanalha’, com a sobrinha, quando foi surpreendida com a primeira agressão. No vídeo é possível ver a vítima de costas quando o agente da polícia a agride com o cassetete. Após questionar a violência, Natália é agredida novamente por outro agente. A vítima denunciou o caso à Polícia Civil.

Em entrevista ao Portal Acorda Cidade, Natália da Silva informa que não estava em briga, não tinha agredido ninguém, estava apenas dançando, foi agredida. “Tomei a primeira cacetada, quando virei e abri os braços questionando, tomei outra e perguntei, estão loucos? Foi aí que levei mais outra cacetada. Eu estava questionando o motivo deles estarem me agredindo”, disse.

A vítima ainda questiona a motivação policial para a violência. “Achei um absurdo, um abuso de autoridade pra cima de uma mãe de família, eu que tenho dois filhos, foi desnecessário fazerem aquilo comigo. Eu não estava fazendo nada, eu não me conformo até hoje, não sei se eles queriam procurar alguém lá na frente, mas já chegaram me agredindo daquela forma, o vídeo mostra nitidamente”, afirmou.

Após as agressões a ambulante informa que ainda sente dores e está com regiões “roxas” pelo corpo. “Irei em busca dos meus direitos, isso não pode ficar assim. Lembro que foram dois rapazes e uma pfem. Infelizmente eu não consegui identificar o nome dos profissionais, mas depois identifiquei pelo vídeo a numeração”, diz a jovem informando que tem contatos de outras pessoas agredidas na micareta e que vai buscar a Defensoria Pública para seguir com a denúncia da violência policial.

Em nota a Polícia Militar informa que “o segundo maior evento de rua do estado transcorreu com sucesso” e “lamenta as denúncias veiculadas na imprensa”, trazendo que “os fatos isolados”, serão apurados e disponibiliza os canais de comunicação institucionais como ouvidoria e Corregedoria Geral da corporação e a Corregedoria do Comando de Policiamento da Região Leste.

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