Exposição artística apresenta releitura de clássicos europeus a partir de ótica amazônica e negra

"Amazonizando artes de colonizadores" conta com curadoria de Nilma Bentes e tem abertura no dia 18 em Belém (PA)

Texto: Divulgação

Belém recebe, a partir de 18 de fevereiro, a exposição “Amazonizando artes de colonizadores”, que propõe uma releitura de obras clássicas da arte europeia sob a perspectiva amazônica e negra. O evento ocorrerá na sede do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa) e tem como objetivo convidar o público a refletir sobre os significados e representações presentes na história da arte.

A exposição, idealizada por Nilma Bentes, cofundadora do Cedenpa e ativista do movimento negro, traz 20 obras reinterpretadas a partir de pinturas de artistas como Rafael Sanzio, Renoir, Monet, Van Gogh, Da Vinci, Michelangelo, Delacroix, Munch, Botticelli e Goya. Os quadros, no formato A3, deslocam as narrativas eurocêntricas para um contexto que incorpora elementos da ancestralidade negra e da vivência amazônica. O público é convidado a identificar as referências originais e analisar os novos significados atribuídos às imagens.

O projeto surge com o intuito de ser uma manifestação cultural e estratégia política, aproveitando a visibilidade da realização da COP 30 em Belém. A exposição pretende ampliar o debate sobre equidade racial, justiça social e o protagonismo negro na arte, questionando a construção histórica dos padrões estéticos e reforçando a importância da representação para a afirmação de identidades.

As colagens foram desenvolvidas pelo artista plástico Felipe Ribeiro, que utilizou técnicas manuais e digitais, incluindo Inteligência Artificial, para transformar as imagens. O trabalho conta também com a contribuição de Tatiana Deane Sá, articuladora que participou da concepção e execução da exposição.

O projeto reafirma a presença de povos negros e amazônicos na história e no presente, destacando a produção cultural como instrumento de resistência.

Gratuita e aberta ao público, a mostra busca incentivar a ampliação do debate sobre arte, memória e identidade racial.

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