Falta de diversidade em reunião literária no Consulado Brasileiro de Nova York gera indignação

A ausência de representatividade na “Conexão Português e Literatura Brasileira” levanta questões sobre inclusão

Por Karla Souza

A reunião “Conexão Português e Literatura Brasileira”, realizada no Consulado Brasileiro de Nova York, se tornou o ponto central de críticas e denúncias devido à ausência flagrante de diversidade entre os participantes. O evento, que contou com a presença de professores universitários, autores, tradutores e editores de literatura brasileira, no dia 26 de abril, não incluiu nenhuma pessoa negra em sua composição.

A denúncia de Mel Adún, escritora e doutoranda pela Universidade de Nova York (NYU), revela uma realidade de exclusão que, de acordo com ela, permeia outros eventos promovidos pela repartição consular. Adún enfatizou que, embora haja ocasiões em que fotos das reuniões incluem uma pessoa negra, a falta de representatividade é evidente, demonstrando uma preocupante negligência por parte dos organizadores. “Eles têm sempre fotos das reuniões, e uma vez ou outra tem uma pessoa negra naquela mistura, mas dá pra ver que não existe essa preocupação.”

Mel Adún, escritora e doutoranda pela Universidade de Nova York (NYU) – Imagem: Arquivo Pessoal

Em um vídeo da ação divulgado nas redes sociais, a falta de diversidade na reunião provocou indignação e críticas contundentes. A internauta Viviam Caroline expressou sua frustração, destacando a inadequação de uma estética de poder que perpetua a exclusão. “Farta de assistir essa estética de poder absurdamente excludente e repetitiva. No estágio de enfrentamento que nos encontramos imagens como essa não podem passar ilesas, é inadmissível! Desrespeito absoluto a nossa competência, a nossa produção literária, aos nossos levantes diários!” 

Quando contatado para comentar sobre as denúncias, o Consulado Brasileiro não ofereceu elucidações às preocupações levantadas pela comunidade. A única resposta encontrada da repartição se deu por meio dos comentários do vídeo: “O Consulado-Geral do Brasil em Nova York tem realizado um trabalho essencialmente inclusivo em relação a todos os gêneros, raças e etnias, de forma transversal, em todas as suas áreas de atuação. Lamentamos muito que o Kilomba [coletivo] tenha reagido publicamente sem sequer procurar o Consulado para uma conversa. Aliás, tendo em conta a parceria fluida e constante que temos mantido até aqui, convidamos publicamente a diretoria do Kilomba para uma reunião. No caso específico do evento comentado, houve um grande mal-entendido[…]”.

A Mel Adún produziu uma crônica como forma de denúncia.




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