Texto: Divulgação
Do dia 7 a 12 de outubro, acontece o Festival Internacional de Animação de Pernambuco (ANIMAGE), que em 2025 celebra 15 anos de existência. A programação conta com mais de 134 filmes de 51 países. Pela primeira vez, a Mostra Africana levará obras de Cabo Verde, Angola e Moçambique, juntamente com produções da Tunísia, Chade, República Dominicana do Congo e Argélia.
“Considerei importante nos aproximar dos países africanos de língua portuguesa. Fazer as pesquisas para a curadoria da Mostra Africana é uma imersão na História da África, nas suas riquezas e nos seus conflitos também. Mas sobretudo nos permite compreender um pouco mais do mercado de animação nas diferentes regiões daquele continente”, comenta Kalor, curadora do festival.
Entre os filmes exibidos, estão O Cego Nwavu (Moçambique e Portugal) cuja história revisita as tradições orais em uma aldeia imaginária; Filhas da Água (República Dominicana), que conta a história de trigêmeas que descobrem uma ligação espiritual com o rio; e 50 Kwanzas (Angola), que traz um retrato sensível da luta cotidiana de uma zungueira, como são chamadas as vendedoras ambulantes no país.
Já as produções como Catxupada e Peixe com Arroz, são de Cabo Verde e trazem o meio ambiente e cultura alimentar respectivamente como tema central da narrativa. Obras como Ambouba (Tunísia), Amigo Colonial (Argélia/França) e Arco-Íris (Chade) narram histórias sobre heranças coloniais, ancestralidade e identidade.
Além de curtas e animações, o festival apresenta uma seleção de longas-metragens. Entre os destaques está “Arco”, do francês Ugo Bienvenu. A animação, que já foi premiada no Festival de Cinema de Animação de Annecy, na França, e exibida em Cannes, é considerada uma forte candidata ao Oscar de 2026.
Do Brasil, surge “Glória e Liberdade”, de Letícia Simões, um filme que reconta as revoltas separatistas do século XIX a partir da perspectiva de um país fragmentado. A produção nacional também marca presença com “A Sapatona Galáctica”, vencedor de um prêmio na Berlinale, e “Olívia & as Nuvens”, aclamado nos festivais de Locarno, na Suíça, e Ottawa, capital canadense.
O festival também vai contar com curtas-metragens brasileiros, com 26 títulos na programação. A lista inclui “Safo”, de Rosana Urbes, premiado em Annecy; “Como Nasce um Rio”, que integrou a seleção de Tribeca sob curadoria de Whoopi Goldberg; e produções inéditas de Pernambuco, como “Medo Monstro” e “Odudua”.
Neste ano, além de contar com a Mostra Africana, também haverá a Mostra Palestina, que reunirá curtas que abordam temas como resistência, identidade e os conflitos do território. A Mostra Erótica também marca presença no festival. A edição também traz masterclasses, oficinas e bate-papos com realizadores brasileiros e internacionais. A programação já está disponível e pode ser acessada neste link. Os ingressos são gratuitos e devem ser distribuídos na bilheteria do cinema 1 hora antes de cada sessão.