Formato inédito: projeto ‘Mulher com a Palavra’ estreia programa de TV, em edição especial de aniversário

O projeto Mulher com a Palavra, uma plataforma de amplificação das vozes das mulheres brasileiras, sobretudo as negras e indígenas, é uma iniciativa que, por meio de discussões sobre expressões de arte e cultura, tem por objetivo potencializar o empoderamento feminino. Este ano, em sua quinta edição

Com apresentação de Rita Batista, o programa traz convidadas como Carla Akotirene e Margareth Menezes, e temas como Afetividades, Mulheres na Ciência e Afrofuturos

Por Andressa Franco

Imagem: Divulgação

O projeto Mulher com a Palavra, uma plataforma de amplificação das vozes das mulheres brasileiras, sobretudo as negras e indígenas, é uma iniciativa que, por meio de discussões sobre expressões de arte e cultura, tem por objetivo potencializar o empoderamento feminino. Este ano, em sua quinta edição, esse projeto vai se transformar em um programa de TV, trazendo como convidadas figuras como Rita Batista, Monique Evelle, Joice Berth, Carla Akotirene, Margareth Menezes, Sônia Guimarães e chef Lili Almeida.

Projeto da Maré Produções Culturais, o “Mulher com a Palavra” em formato de programa de TV – devido à necessidade de distanciamento social por conta da pandemia – estreia no dia 25 de julho, data que marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e será transmitido aos domingos, das 18h às 19h, na TVE. Quem comanda as exibições do programa é a apresentadora Rita Batista, e também é possível assistir através do canal de YouTube do projeto.

Para a comunicadora Rita Batista, que acompanha e participa do projeto desde a sua criação, em 2016, o “Mulher com a Palavra é necessário, uma vez que a sociedade brasileira é machista, classista, heteronormativa, racista, homofóbica, transfóbica e lesbofóbica. Nós somos contra tudo isso, propondo um evento onde aquelas que historicamente foram silenciadas são as protagonistas”, declara.

A iniciativa segue ressaltando a importância conceitual dos encontros, vivências e diversidade – os três pilares que movem a ação, que conta com realização a partir da Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocínio da Novelis e da Avon, o apoio da Bahiagás e da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia. A realização é da Maré Produções Culturais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal/Pátria Amada Brasil. A direção é de Dayse Porto, produção executiva de Fernanda Bezerra e roteiro de Marília Moreira e Paula Janay.

Diálogos Feministas: Programação

O primeiro encontro desta edição vai abordar o tema ‘Afetividades’, e terá como convidadas a arquiteta e urbanista Joice Berth, a multiempresária Ana Paula Xongani e a chef de cozinha e comunicadora baiana Lili Almeida. O programa falará sobre o direito e importância de amar e ser amada, sobre autocuidado, autoestima e o fortalecimento de mulheres – muitas vezes vulnerabilizadas pela cultura do machismo. Solidão, relacionamentos abusivos, culpa materna são alguns dos pontos que serão discutidos, considerando as interseções raciais, geográficas, etárias, de orientações sexuais, entre outros.

Cada programa debaterá uma ideia central e será marcado pela conversa livre, pela escuta e pela troca. Na próxima reunião, agendada para o dia 29 de agosto, Eliane Potiguara e Sandra Benites, lideranças e intelectuais de diferentes povos brasileiros, falarão sobre suas trajetórias e as propostas das mulheres indígenas para um mundo melhor em ‘Originárias’.

Já na exibição de 26 de setembro, o tema abordado será ‘Mulheres e Ciência’, com a mestra e doutoranda em estudos feministas Carla Akotirene e a primeira mulher negra brasileira doutora em Física, Sônia Guimarães. Elas vão conversar sobre as importantes contribuições das mulheres no meio científico brasileiro e mundial, a despeito de serem minoria e muitas vezes não reconhecidas.

O último programa da edição, previsto para ser apresentado no dia 31 de outubro, trará as perspectivas das artistas negras sobre o presente e apontando para o futuro, ultrapassando barreiras espaço-tempo, em ‘Afrofuturos’. Aqui, as convidadas são a fundadora da Inventivos, plataforma de aprendizagem para o futuro do trabalho, Monique Evelle, a cantora Margareth Menezes e a rapper, historiadora, turbanista e escritora Preta Rara, que contarão como os desdobramentos do conceito de afrofuturismo servem para provocar conversas entre mulheres pretas brasileiras, de diferentes idades e trajetórias, diaspóricas, com identificações.

Coletivo de Mulheres na Criação

Dayse Porto, que assina a direção dos programas, destaca a importância da coletividade feminina na criação. Foi formado um núcleo de conteúdo para discussão e elaboração dos temas, curadoria, roteiro em que participam, além da diretora, também Rita Batista, Fernanda Bezerra e as jornalistas/roteiristas Marília Moreira e Paula Janay. Mulheres de diferentes perfis, raças, orientações sexuais, idades, que desempenham inúmeras outras funções como câmera, iluminação, arte visual, trilha sonora, cenografia, produção.

“Ter cada vez mais participação feminina e diversa é muito importante, inclusive nas funções mais técnicas, que normalmente são atribuídas ao universo masculino. Assim fortalecemos as profissionais e trazemos novos olhares, novas formas de fazer”, pontua Dayse.

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