Goleiro que reagiu a racismo de torcida em partida na Espanha é suspenso

A vítima de racismo, o senegalês Cheikh Sarr, pediu desculpas após reagir a insultos racistas da torcida rival em partida

Por Karla Souza

No último sábado, 30, durante o jogo entre Sestao River e Rayo Majadahonda, partida da 3ª divisão do Campeonato Espanhol, o goleiro senegalês Cheikh Sarr, do Rayo Majadahonda, foi alvo de insultos racistas por parte da torcida adversária. Esses insultos desencadearam uma reação de defesa por parte de Sarr, que acabou sendo expulso do jogo por brigar com os torcedores que o ofenderam.

A Justiça desportiva espanhola decidiu suspender o jogador por dois jogos por “pequena infração em atitude antidesportiva”. O tribunal desportivo espanhol também confirmou a derrota de sua equipe por 3 a 0 para o Sestao River, pois os companheiros de Sarr abandonaram a partida em solidariedade ao goleiro.

Antes da expulsão de Sarr, a disputa entre Sestao River e Rayo Majadahonda, pela terceira divisão do campeonato nacional, já havia sido marcada por tensão. A partida estava se encaminhando para o final, com o placar favorável ao Sestao River por 2 a 1, quando os insultos racistas contra Sarr começaram a ecoar nas arquibancadas após os donos da casa virarem o placar aos 38 minutos do segundo tempo.

Após o ataque ao arqueiro, o time do Rayo decidiu deixar o campo em protesto contra os insultos racistas direcionados ao seu jogador. O clube emitiu uma declaração condenando veementemente qualquer forma de racismo no esporte, reafirmando seu compromisso com a igualdade e a inclusão.

Sarr, em uma entrevista coletiva nesta terça-feira, 02, expressou arrependimento por sua reação e pediu desculpas. Ele disse que sua resposta foi motivada pelo calor do momento e afirmou que, se confrontado novamente com uma situação semelhante, agiria de forma diferente. “Foi minha cabeça, estava quente e peço desculpas ao mundo do futebol pela minha reação. Se acontecesse comigo de novo, não reagiria da mesma forma.”

Como no caso do brasileiro, Vinicius Junior, a Federação Espanhola de Futebol emitiu um comunicado rejeitando o comportamento racista no esporte, mas não tomou nenhuma medida efetiva para punir os racistas. 

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