Por Patrícia Rosa
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL/SC), fez uma declaração racista durante um discurso da abertura da 40ª festa de Pomerode, uma cidade do interior do estado que possui cerca de 80% da população branca, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022. O discurso racista teve um tom orgulhoso e ocorreu na última quarta-feira (15). Ao falar dos atrativos da cidade, ele destacou a “a cor da pele das pessoas”.
“Pomerode se destaca pela beleza turística que tem, pelas casas enxaimel, pela cor da pele das pessoas, pela mistura, pelo que representa para todos nós. Então, está aqui em Pomerode, todas as pessoas que vêm para cá voltam”, declarou Mello.
O áudio foi compartilhado pelo vereador Leonel Camasão (PSOL/SC), ele se referiu ao discurso como uma declaração potencialmente criminosa e exigiu que o governador se retratasse. O vereador apresentou uma denúncia pedindo a responsabilização do suspeito.
Após a repercussão nacional do caso, o governador declarou em suas redes sociais que o Camasão teria distorcido o conteúdo e negou qualquer ato racista.
“É lamentável a tentativa de um vereador do PSOL de distorcer o conteúdo de uma entrevista que concedi na abertura da Festa Pomerana, em Pomerode. Tomarei todas as medidas judiciais cabíveis. Racismo é crime, e essa acusação não se aplica a mim”, escreveu Jorginho.
A secretaria de comunicação de Santa Catarina se pronunciou através de nota, encaminhada à Ponte Jornalismo, onde afirmou que irá avaliar as possíveis medidas a serem tomadas diante da acusação de racismo. A assessoria se referiu ao gestor como “pardo, portanto mestiço em suas origens”, declarou o Governo de Santa Catarina.
