Texto: Divulgação
No coração do Recife Antigo, onde o passado e o presente se entrelaçam entre casarões históricos e passos apressados, um novo capítulo de criatividade e resistência será contado neste sábado (5). Quinze mulheres da Região Metropolitana do Recife levam ao local uma coleção inédita baseada na moda upcycling, que transforma resíduos têxteis em peças novas e criativas. O evento é aberto ao público e começa às 14h no Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida (Rua do Bom Jesus, nº 147).
“A mostra é o ponto culminante de um processo de aprendizado e transformação. Cada peça revela a força e a criatividade dessas mulheres, que agora também são autoras da sua própria trajetória na moda”, explica a idealizadora, especialista em moda sustentável e coordenadora do projeto, Kamila Nascimento.
No universo da moda, o upcycling vai além da reciclagem: ele ressignifica. É um ato de reinvenção estética e política, que desafia o modelo industrial tradicional baseado no consumo acelerado e no descarte constante. Objetivo que se mostra necessário no Brasil, que ocupa o 4º lugar na escala mundial de produção têxtil. Além disso, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o país descarta mais de 170 mil toneladas de roupas por ano, muitas delas em lixões ou aterros sanitários.
Trazendo consciência, inovação e novas rotas, o desfile é o resultado final de um processo coletivo de formação, através da iniciativa Fora do Eixo – Formação em Processos Criativos, Inovação e Sustentabilidade na Moda, que ofereceu bolsas de R$1.500,00 para cada participante.
Ao longo dos meses de maio e junho, as participantes mergulharam em uma jornada formativa que combinou oficinas práticas, mentorias personalizadas, encontros com especialistas e atividades criativas. A iniciativa recebeu apoio da Secretaria de Cultura, da Fundação de Cultura Cidade do Recife e da Prefeitura do Recife, por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).
“Desde o início, conduzimos o projeto com foco na inclusão e na diversidade. Consideramos marcadores sociais, como raça, gênero e deficiência no processo seletivo, porque acreditamos que a moda pode e deve ser uma ferramenta de cidadania, representatividade e transformação social. O resultado é uma coleção potente, que carrega identidade cultural, sustentabilidade e inovação em cada peça”, finalizou Kamila.