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Homem confessa ter matado esposa após denúncia da filha, em Gurupi (TO)

Dados do ministério das Mulheres divulgados pela Agência Brasil apontam que, em 2025, o Brasil já registrou mais de 1.180 feminicídios
Imagem: Agência Brasil

Por Patrícia Rosa

Cleófas Rodrigues, de 41 anos, confessou que cometeu feminicídio contra sua esposa, Maysa Rodrigues Fernandes Cardoso, de 35 anos. O corpo da vítima foi encontrado em Gurupi (TO), em uma área de mata no córrego Mutuca, no Setor Novo Horizonte, onde foi enterrado pelo suspeito. O homem foi preso na última quinta-feira (4), durante o atendimento da ocorrência.

O corpo de Maysa foi encontrado após a filha do casal, de 18 anos, desconfiar da versão do pai sobre o desaparecimento da mãe e acionar a Polícia Militar (PM).

De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, o local onde o corpo foi enterrado fica em frente à casa do autor. O desaparecimento da mulher não foi registrado na polícia. O agressor foi preso em flagrante por feminicídio e ocultação de cadáver.

Ainda segundo apuração do Portal Gazeta do Cerrado, a primeira versão de Cleófas foi de que a companheira teria morrido por uma overdose de álcool e que o corpo havia sido retirado de casa por uma funerária, sem realização de velório ou sepultamento.

Feminicídios seguem escalando sem contenção

Outras duas ocorrências de feminicídio aconteceram neste final de semana, em São Paulo (SP). Na cidade de Diadema, na noite do último sábado (06), Milena de Silva Lima, de 27 anos, foi morta após ser atacada pelo ex-companheiro, João Victor de Lima Fernandes, com golpes de faca dentro de casa.

De acordo com o boletim de ocorrência, um vizinho ouviu o pedido de socorro da vítima e acionou a Polícia Militar. Quando a equipe chegou ao local, encontrou a mulher e o agressor, de 31 anos, mortos. Após matar Milena, o homem tirou a própria vida. O caso foi registrado como feminicídio e suicídio no 3° Distrito Policial do município. 

Outro caso aconteceu em Santo André (SP), na manhã do mesmo domingo (7). Daniele Guedes Antunes, de 38 anos, também foi morta a facadas dentro de casa pelo ex-marido, Cristian Antunes, também de 38 anos. De acordo com informações de familiares, o homem não aceitava o fim do relacionamento, que durou 20 anos.

Segundo informações do boletim de ocorrência enviadas a veículos de imprensa, quando a polícia chegou ao local do crime, a vítima estava caída no chão e Cristian deitado ao lado dela. O agressor confessou o crime e segue preso.

No dia 1º de dezembro, Evelin de Souza Saraiva sofreu uma tentativa de feminicídio enquanto trabalhava em uma pastelaria na Zona Norte da cidade de São Paulo. O autor do crime foi seu ex-namorado, Bruno Lopes Barreto, que atingiu a mulher com cinco tiros, usando duas armas para efetuar os disparos. Bruno segue foragido, após ter a prisão decretada na última terça-feira (2).

Panorama Nacional da Violência Contra Mulheres

Os casos citados mostram um retrato do grave quadro do feminicídio no Brasil: um crime cotidiano, que atinge mulheres todos os dias. Dados do Ministério das Mulheres divulgados pela Agência Brasil apontam que, em 2025, o Brasil já registrou mais de 1.180 feminicídios,o que equivale a uma média de cerca de três feminicídios por dia. Além de quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180.

No ano anterior, o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam) registrou 1.450 feminicídios no país e 2.485 homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte.

#Mulheres vivas

Em pelo menos nove capitais brasileiras, milhares de mulheres saíram às ruas em protestos em um grito único pela vida das mulheres, neste domingo (8). As manifestações foram convocadas pelo movimento nacional Levante Mulheres Viva, que no seu manifesto destacou que, apesar de avanços legais, como a Lei Maria da Penha, o sistema de proteção frequentemente falha em chegar a tempo ou de maneira eficaz. 

“Diante desse cenário, cresce a demanda para que o Estado reconheça a misoginia como crime específico, tratada como questão jurídica e institucional prioritária. Maria da Penha, que deu origem à lei, é uma das apoiadoras oficiais do movimento Mulheres Vivas.”

A mobilização também apresenta uma Pauta Nacional de Referência, que reconhece o feminicídio como emergência nacional. O documento foi construído por mulheres de diferentes cidades do Brasil, e estruturado em eixos diretamente relacionados à prevenção, proteção e redução da violência contra mulheres e meninas.

Entre as reivindicações apresentadas, estão: delegacias da Mulher 24h e Casas da Mulher Brasileira; criação e ampliação de casas-abrigo em municípios; agilidade nas respostas do sistema de justiça, com medidas protetivas imediatas, auxílio emergencial e apoio para autonomia de mulheres em risco; proteção prioritária para os filhos e filhas das vítimas; paridade feminina obrigatória no poder público e no judiciário; criminalização da misoginia; regulação das plataformas digitais e orçamento obrigatório. 

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