Texto: Divulgação
Na última quinta-feira (23), o Instituto Audiovisual Mulheres de Odun (iAMO) inaugurou o CineLankiana, a primeira sala de cinema localizada no Quilombo do Coqueiro Grande, em Salvador (BA). Situado no bairro de Cajazeiras, o maior da América Latina, o espaço busca promover a democratização da cultura e fortalecer a difusão do cinema nacional e internacional em um território historicamente marcado por desigualdades.
Com 48 lugares, o CineLankiana tecnologias avançadas de projeção e som, climatização e acessibilidade para pessoas com deficiência. A programação incluirá produções nacionais e internacionais, com custo de R$ 14 a inteira e R$ 7 a meia-entrada. Como ação inaugural, o cinema terá uma promoção aos sábados, com todos os ingressos com preço de meia-entrada até maio. Além disso, o espaço conta com o Café Pina, que oferece pipoca, cafés da Chapada Diamantina e uma biblioteca dedicada à cultura negra.
O nome do espaço homenageia Mameto Lankiana de Nkosi, yalorixá iniciada há 73 anos no Terreiro Manso Dandalungua Cocuazenza, figura de grande influência espiritual para os diretores do iAMO. Durante a inauguração, Viviane Ferreira, uma das fundadoras do Instituto, destacou a importância do projeto: “O CineLankiana é a realização do sonho de aproximar a magia do cinema das pessoas do Quilombo do Coqueiro Grande e uma forma de honrar Mameto Lankiana por sua contribuição espiritual e humana.”
A programação de lançamento contou com a exibição especial do longa-metragem “Kasa Branca”, dirigido por Luciano Vidigal, que esteve presente no evento. O filme aborda os desafios de um adolescente negro da periferia carioca e recebeu diversos prêmios no Festival do Rio, incluindo Melhor Diretor e Melhor Trilha Sonora. As sessões comerciais para o público geral começam no dia 6 de março, com quatro exibições diárias de terça a domingo.
O iAMO está sediado no Quilombo do Coqueiro Grande, entre a Estrada Velha do Aeroporto e a BR -324, e atua em iniciativas que valorizam as narrativas periféricas e promovem a equidade no campo audiovisual.
O projeto de cinema foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Cultura do Governo da Bahia e do Ministério da Cultura.
