Por Patrícia Rosa
Uma jovem trans indígena Guajajara foi vítima de transfeminicídio na cidade de Arame (MA). Ela foi encontrada morta na última segunda-feira (29), às margens da rodovia MA-006, com marcas de violência causadas por faca.
O caso está sob investigação da Polícia Civil do Maranhão (PC-MA), por meio da Delegacia de Polícia de Arame. Em nota enviada ao Portal G1, a corporação informa que equipes da Polícia Civil e Militar realizam diligências conjuntas com o objetivo de coletar indícios que subsidiem o trabalho investigativo, para esclarecer as circunstâncias do crime e identificar sua autoria.
O Tybara, coletivo LGBTQIA+ indígena, publicou uma nota de repúdio e de pesar sobre o caso, expressando a dor e indignação coletiva diante do brutal assassinato: “Este crime hediondo vai além da perda irreparável de uma vida; é um atentado contra a dignidade humana, contra a liberdade e contra o direito de existir com plenitude. Ruby representa a resistência dos corpos indígenas LGBTQIA+.”
O caso de Ruby não é isolado. Em 2024, foram registrados 120 assassinatos de pessoas trans e travestis, segundo a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). A população LGBTQIA+ indígena enfrenta uma dupla violência: além da LGBTfobia, sofre com o racismo, a marginalização e a invisibilização. No caso de Ruby, essa violência se manifesta também na falta de respeito à sua identidade, já que seu nome de batismo foi exposto em diferentes portais de notícias, submetendo-a a uma forma adicional de violência.