Texto: Divulgação
A jornalista e escritora Rachel Quintiliano lança nesta terça-feira (30) “Negra percepção: sobre mim e nós na pandemia”, livro com leitura de mundo a partir do lugar de mulher negra no contexto da pandemia de Covid-19. O lançamento acontecerá na Casa do Hip-Hop, no Pelourinho, em Salvador (BA), a partir das 18h.
O evento promove o debate “A potência das narrativas negras”, que contará com a presença de Elias Sampaio, economista, doutor em administração pública; de Paulo Rogério Nunes, consultor em diversidade e inovação, cofundador da Vale do Dendê e do Festival Afrofuturismo; da empreendedora Negra Jhô e da socióloga e chefe do escritório do UNICEF em Salvador Helena Oliveira.
Em março de 2020, o mundo foi impactado pela pandemia de Covid-19, mas a experiência não foi igual para todas as pessoas. Refletir e compartilhar uma leitura de mundo, a partir de um lugar específico de fala, foi o objetivo da autora.
Este desejo abriu espaço para conversas cheias de posicionamentos, reflexões e dúvidas expressas em sua coluna mensal em um veículo de imprensa negra, agora reunidas em livro de 96 páginas.
A partir de uma série de artigos sobre temas diversos, escritos entre 2020 e 2022 e divididos em três capítulos, a publicação apresenta um olhar sobre como a pandemia afetou de maneira distinta indivíduos negros e não negros. Além disso, a pandemia também causou sofrimento, abriu espaço para uma política de morte e revelou estratégias de resistência em um contexto de democracia frágil.
Sobre o livro
Para Jurema Werneck, médica e ativista do movimento de mulheres negras, Rachel oferece um livro de águas, ora calmas, ora puro turbilhão. “Num texto simples e agudo, oferece as águas com a nitidez do espelho, expondo o que somos – nós e aqueles outros que também deveriam ser parte do nós, mas a quem seu próprio racismo faz afastar, romper o pacto humano e, vezes demais, violentar. Nele, encontraremos também ‘um conjunto significativo de cicatrizes’ (nas palavras da autora): as nossas, trazidas pela pandemia e pelo mais que a injustiça oferece a mulheres negras e a pessoas negras em geral. É neste livro-água-espelho que vamos encontrar, principalmente, o bom que há em nós e ter esperança. É bom de ler. Aproveitem”.
Já o jornalista e escritor Oswaldo de Camargo defende que a obra se soma a de importantes nomes da imprensa e literatura negra. “Negra percepção entra, com força, coragem e sinceridade raramente vistas, nessa arena em que os instrumentos do nosso protesto, com a palavra na imprensa negra, livros, revistas, já inscreveram na história do negro nomes como Francisco de Paula Brito, Abdias do Nascimento, José Correia Leite, Carolina Maria de Jesus e tantos outros. Este livro de Rachel soma-se a todos eles, trazendo novo alento à luta negra e conclamando mais uma vez a esperança”.
Maurício Pestana, jornalista, especialista nas áreas de diversidade e inclusão da CNN Brasil e CEO da revista RAÇA Brasil, chama atenção para a sensibilidade da escrita da autora. “Rachel consegue navegar com extrema sensibilidade entre fatos cotidianos e os mais relevantes temas como machismo, racismo e outras pandemias ainda incuráveis da nossa sociedade. O refinamento e a autenticidade da autora nos mostram outros caminhos, como o da esperança de futuro em um período de tantas tristezas e incertezas”.
Sobre a autora
Rachel Quintiliano é jornalista, defensora dos direitos humanos e escritora. Residiu na cidade de Salvador entre 2007 e 2009. Com uma abordagem simples, escreve sobre ser mulher negra na atualidade, que inclui passar por temas como racismo, machismo, discriminação, resiliência e amor-próprio.
Seus escritos são baseados em acontecimentos públicos, pesquisas e experiências pessoais, oferecendo uma visão aprofundada sobre cada tema.