Jornalista perseguido por Zambelli com arma de fogo é condenado por difamação

Luan Araújo foi sentenciado a 8 meses de detenção e 28 dias-multa, mas recorreu e a pena foi substituída por 2 mil horas de prestação de serviços comunitários

Por Karla Souza

O jornalista Luan Araújo foi condenado no último dia 5 pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) por difamação contra a deputada federal Carla Zambelli (PL) depois dele ter publicado um artigo crítico sobre a congressista. Luan foi condenado a 8 meses de detenção e 28 dias-multa em regime aberto. A pena foi substituída por prestação de serviços comunitários. O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, também pediu a condenação por injúria, mas foi negado.

Em 29 de outubro de 2022, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, começou o conflito entre eles quando a parlamentar correu atrás do jornalista com arma em punho, em São Paulo, e o ameaçou. De acordo com o jornalista, ele teria se aproximado da deputada sem provocação prévia, conforme relata a promotoria. Em sua defesa, ele alegou que não cometeu nenhum crime e que estava apenas exercendo seu trabalho, amparado pela liberdade de expressão. Araújo também relatou ter ouvido um tiro durante a ação, expressando temor pela sua vida e ressaltando o impacto emocional da situação.

O texto sobre a deputada foi publicado no portal Diário do Centro do Mundo. Nela, Luan teria abordado a confusão com a deputada e afirma que ela mantém uma “seita de doentes de extrema direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades”.

O juiz Fabricio Reali Zia, responsável pelo caso, considerou que o artigo tinha a intenção do jornalista de difamar Zambelli. Araújo foi sentenciado por Zia à prestação de serviços à comunidade em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou outros estabelecimentos semelhantes, por cerca de duas mil horas.

A defesa de Luan afirma que discorda da sentença e irá recorrer da decisão: “Vamos apresentar um recurso no Tribunal de Justiça e outro no Supremo Tribunal Federal, porque nós entendemos que houve uma violação da liberdade de imprensa e liberdade de expressão. Luan, quando escreveu a matéria, estava no exercício da sua profissão como jornalista”, argumentou o advogado Renan Bohus ao Bnews.

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