Lei Maria da Penha completa 17 anos com índices de violência de gênero em crescimento no Brasil

Hoje, após 17 anos da Lei Maria da Penha, os números assustadores da violência de gênero mostram que nçao basta haver legislação, é preciso combater à cultura do estupro e o machismo

Por Daiane Oliveira

Imagem: Divulgação

Neste dia 07 de agosto de 2023 a Lei Maria da Penha, como ficou conhecida a lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, completa 17 anos. Apesar dos avanços ao tornar mais rigorosa a punição para agressões contra a mulher quando ocorridas no ambiente doméstico e familiar, a legislação mostra-se como uma ferramenta que sozinha não é eficiente contra a violência de gênero no país.

O quarto levantamento Visível e Invisível​: A Vitimização de Mulheres no Brasil, do Fórum de Segurança Pública do Brasil, com dados de março de 2023, mostra que o perfil das mulheres vítimas de violência no Brasil tem raça/etnia, idade e localização. Entre as vítimas 65,6% são mulheres negras, 30,3% possuem entre 16 a 34 anos e mais de 50% moram em cidades do interior.

Em comparação com o levantamento do ano anterior, houve aumento de todos os tipos de violência no País, sendo que mais de um terço das mulheres sofreram agressões físicas e/ou sexuais. A pesquisa aponta que 50 mil mulheres sofreram algum tipo de violência a cada dia em 2022, sendo que a maior parte das ocorrências foi direcionada a mulheres pretas, cuja prevalência de algum tipo de violência ao longo da vida ficou em 48%, diante de 33% da população em geral. No grupo das mulheres com escolaridade até o ensino fundamental, essa taxa chegou a 49%, das mulheres com filhos, a 44,4%, das divorciadas, a 65,3%, e das que estão na faixa etária entre 25 e 34 anos, a 48,9%.

Além da violência sofrida, as brasileiras ainda possuem medo, receio ou falta de suporte institucional e políticas públicas para realizar as denúncias. A pesquisa revela que 45% das mulheres agredidas não pediram ajuda de nenhum tipo, 38% afirmaram acreditar que conseguiriam resolver o problema sozinhas e 21,3% declararam que não denunciaram por não confiarem na polícia.

Ainda assim, é de suma importância que toda a sociedade siga organizada e mobilizada para dar suporte, acolher e seguir na busca por Justiça no combate à violência de gênero. O Governo Federal disponobiliza a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. Também é possível discar 190 e falar diretamente com a central policial ou ir diretamente nas Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam). Alguns estados como a Bahia, recebem denúncias diretamente através do Dique Denúncia que pode ser registrado no formato digital. Seja por qualquer canal, não deixe de denunciar a violência!

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