Da Redação
A jovem maranhense, Karoline Bezerra Maia, tomou posse no Ministério Público do Pará, no início de abril e deu início a um capítulo histórico na trajetória do sistema jurídico do Brasil. Isso porque, a jovem tornou-se a primeira quilombola promotora de Justiça do país. Tendo trilhado oito longos anos de estudo para alcançar seu sonho, ela diz que atuará em defesa dos povos quilombolas, tradicionais e indígenas.
Da comunidade quilombola de Jutaí, no município de Monção, no Maranhão, Karoline é filha de pais analfabetos e a mais nova de seis irmãos. “Neste momento olho para mim e para a minha história. É pelo meus pais, minhas irmãs, minhas lutas, minhas lágrimas, a minha gente, o meu povo, pela minha biografia. É por meus ancestrais, por todas nós, mulheres pretas”, disse ela em entrevista à Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).
Formada pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 2008 através do sistema de cotas, Karoline Maia conta que trilhou oito longos anos de estudo até conquistar o sonho de ser promotora. Nos últimos anos, atuando em um escritório de advocacia, a maranhense conciliou o trabalho com as aulas de um curso preparatório para concurso público, o Projeto Identidade – iniciativa da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), por onde recebeu uma bolsa de R$ 2,5 mil durante seis meses.
Mulher negra e quilombola, Karoline diz estar ciente do papel que precisa desempenhar daqui pra frente e afirma que as causas dos grupos vulnerabilizados pelas desigualdades sociais do Brasil serão seu compromisso de luta e labor. “Aos povos quilombolas, tradicionais, indígenas e todas as pessoas que necessitem do Ministério Público. Quero servir a sociedade paraense da melhor forma possível”, concluiu.
Com informações da Conaq.
