Por Patrícia Rosa
A maratonista ugandense Rebecca Cheptegei foi mais uma vítima de feminicídio, aos 33 anos. Rebecca morreu nesta quinta-feira (05), quatro dias após ter sido queimada pelo ex-namorado. O crime ocorreu no domingo (01), na residência da atleta no Quênia.
Cheptegei estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH), na cidade de Eldoret. Segundo informações do hospital, a vítima teve cerca de 80% do corpo queimado, o que resultou em falência múltipla dos órgãos. “Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso”, disse Kimani Mbugua, médico responsável pela UTI.
Segundo a polícia, o crime foi cometido por Dickson Ndiema Marangach, ex-companheiro da vítima, que invadiu a casa de Rebecca enquanto ela estava na igreja com as filhas. Ao retornar à residência, a atleta teve seu corpo encharcado com gasolina e incendiado, conforme informações do jornal The Standard. O agressor também sofreu queimaduras em 30% do corpo.
A atleta havia competido na maratona dos Jogos Olímpicos de Paris, em agosto, onde ficou na 44ª posição. O ministro dos Esportes do Quênia, Kipchumba Murkomen, declarou que essa tragédia é um forte lembrete da necessidade de ações mais efetivas no combate à violência de gênero na sociedade. Segundo informações do Escritório Nacional de Estatísticas do Quênia, divulgado em 2023, 34% das mulheres quenianas sofrem abuso físico desde os 15 anos. O relatório ainda apontou que 41% das mulheres casadas relataram sofrer violência dos companheiros.