Menina de 12 anos morre atingida por disparo de arma de fogo durante ação policial na Baixada Fluminense (RJ)

Suposto confronto entre policiais e traficantes resultou na morte de Nicoli Moraes e feriu sua mãe, Claudia Moraes

Por Karla Souza

A menina Nicoli Moraes da Siva, de 12 anos, morreu após ser atingida por um disparo de arma de fogo na manhã da última quinta-feira (16), na comunidade Buraco Quente, em São João de Meriti, Baixada Fluminense (RJ). A vítima caminhava com sua mãe, Claudia Moraes, de 42 anos, para comprar refrigerante quando ambas foram baleadas. Nicoli foi atingida no peito e faleceu no local, Claudia sofreu um ferimento na perna e foi hospitalizada.

De acordo com testemunhas, os disparos ocorreram durante um confronto entre policiais militares e traficantes. A Polícia Militar afirmou que agentes estavam na comunidade para verificar a denúncia de um indivíduo em uma motocicleta roubada e um possível esconderijo de armas e drogas. Segundo a versão padrão da corporação, os policiais foram atacados por tiros ao entrarem na região. A família das vítimas, no entanto, contesta essa versão e acusa os agentes de terem demorado para prestar socorro, resultando na morte da adolescente.

Nicoli e Claudia foram levadas por populares e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vilar dos Teles. Posteriormente, Claudia foi transferida para o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Nicoli, porém, chegou à unidade sem vida. Seu corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). A Polícia Militar informou ter detido um homem com uma motocicleta roubada durante a operação. Um procedimento interno foi instaurado pelo comando do 21º Batalhão de Polícia Militar (BPM) para apurar as circunstâncias da ação que resultou nas mortes.

A Prefeitura de São João de Meriti confirmou que Claudia Moraes deu entrada no hospital municipal às 10h34 e foi transferida para outra unidade de saúde. Nicoli foi atendida às 11h16, mas já sem sinais vitais. A família relatou que o tempo de resposta na prestação de socorro foi um dos fatores determinantes para a morte da adolescente.

Segundo o Instituto Fogo Cruzado, em 2024 foram registradas 26 crianças baleadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o maior número desde o início do monitoramento, em 2016. Em 2018, durante a intervenção federal, o instituto registrou 9.633 tiroteios na área, evidenciando a violência constante na região.

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