Minha palavra vale um tiro

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O 1º Prêmio de Jornalismo Afirmativa é uma iniciativa do Coletivo de Mídia Negra Afirmativa, que premiou produções jornalísticas de jovens profissionais e estudantes de comunicação, selecionadas entre os anos de 2016 e 2017, cujo tema foi  “A Juventude Negra Comunica o Direito à Vida”.

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Como consequência do racismo já enraizado, a bala quando apontada tem destino certo: o jovem negro. Em Salvador os adolescentes entre 13 e 17 anos são uma em cada dez vítimas de homicídios. De acordo com o Atlas da Violência 2018, o número de homicídios dentre a população branca entre 2006 e 2016 caiu 6,8 %, já dentre a população negra aumentou 23,1%.

As taxas alarmantes de mortalidade da juventude negra são consequência de outras violências naturalizadas no contexto social do país, que ainda vive a ilusão da democracia racial. São diversos acessos negados, ou serviços com a qualidade inferiorizada como ocorrem nos sistemas de educação e de saúde. Não há igualdade de acesso aos serviços sociais básicos, não existe igualdade nem ao direito à vida.

O jovem do sexo masculino e negro foi eleito como principal suspeito contra a paz e a vida sem violência na sociedade padrão. Não à toa que compõem a maioria da população carcerária em todo o país, mais de 60%, de acordo com dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen) divulgado em 2016. Para os agentes do estado que dentre outras atividade conta com o dever de proteger o cidadão, historicamente o jovem negro é o que mais comete delito, por isso são priorizados nas suas abordagens.

“QUANDO A POLÍCIA CAI EM CIMA DE MIM, ATÉ PARECE QUE SOU FERA”

A partir de uma construção de medo e insegurança associada ao negro, a responsabilidade por toda a violência recai sobre um grupo que há mais de 400 anos é rotulado como perigoso. O alvo fácil é também o jovem menor de 18 anos, que por lei é considerado como incapaz ao ser apreendido e não fica exilado em um mesmo sistema prisional que um adulto. Porém assim como os adultos, esses jovens são levados a processo e passam por um sistema de correção. Dados de pesquisa da Anistia Internacional mostram que os jovens negros, são as principais vítimas de violência policial no país: de cada 10 mortos pela polícia, sete são negros.

Eletricista de 30 anos, Ricardo Santana* teve em sua rotina o “carinho” casual da Polícia Militar. Desde criança aprendeu que não poderia sair de casa sem a sua carteira de identidade, pois em qualquer hora do seu dia e em qualquer lugar, ele poderia ser “convidado” para uma revista. Para ele essas abordagens eram comuns e ele compreendia que era o papel do agente do estado zelar pela segurança de todos, mas foi em uma noite de festa com os seus amigos, que ele se percebeu como o diferente.

“Estávamos todos bebendo e ouvindo o som do carro no posto do Costa Azul [bairro de Salvador] quando chega uma viatura com a sirene ligada e ao parar o carro dois policiais vieram direto à mim para me revistar, eu era o único negro entre os meus amigos, e nem era o dono do carro com som ligado, eles perguntaram se era eu que estava fornecendo drogas, mas até eu conseguir falar foram três tapas nas costas e um no rosto, enquanto meus amigos assistiam a tudo. Na hora eu saquei do que se tratava mas com quem eu iria falar se era justamente a polícia o lugar que eu deveria recorrer, que deveria me proteger contra essa violência racial e física?”, questionou.

Com história similar Wallace Silva*, 18 anos, estudante, conta que passou por três abordagens policiais em uma mesma noite enquanto aproveitava o fim de semana. Com bom humor, leva a atividade na esportiva, mas tem consciência de que a atitude dos policiais é primeiramente racista. “Eu entendo que ele está fazendo o trabalho dele, mas é que é chato sempre ter que ser parado apenas por eu ter cara de bandido, pra eles todo preto é igual e como eles já prenderam vários, tentam me levar também, mas aqui não vão achar nada”. Ele fala ainda que o pior que ser tratado com desrespeito é não ter como impedir que esse tipo de atitude se repita: “o pior de ter a cor do alvo é não ter para quem recorrer, me falaram para eu processar, já pensou se todo preto resolver processar o estado? O governo não ia ter tempo de fazer outra coisa a não ser responder processo”.

VAMOS AMIGO, LUTE!

A desigualdade de oportunidades afeta diretamente a população negra que enfrenta dificuldade de ocupar espaços como o ambiente educacional, de saúde, de mercado de trabalho, etc. Foi permitido que esse grupo social fosse inserido a democratização de direitos, mas a qualidade da educação, o atendimento de saúde, as vagas de empregos ofertadas acabam sendo simbólicos, para forjar uma democracia inexistente, que naturaliza a violência racial e permite que os negros ainda hoje sejam tratados com diferença em todos os ambientes sociais.

Para driblar situações que podem levá-los a criminalidade, parte da população jovem negra recorre a diversos meios para se manter consciente diante de tanta opressão, como a arte de rua, a poesia e o RAP. Razão pela qual se passam a criar coletivos e movimentos, a exemplo dos Sarais. Indemar Nascimento, poeta, rapper e integrante do Sarau da Raça, aborda a violência, vivência e opressão nas suas letras e acredita que é preciso alertar a favela como um todo sobre a manipulação que o sistema planta nas periferias.
“Falam que bandido bom é bandido morto, induzem a gente a acreditar que a maioridade penal é a solução. Fazem a mulher acreditar que irá para o inferno se cometer aborto, mesmo sabendo que aquele fruto pode crescer sem pai, como de costume, ou sem condições. Trabalho infantil, agressão a mulheres, abuso da polícia. Essas coisas tem que acabar!”.

Indemar Nascimento, poeta rapper e integrante do Sarau da Raça

 

Anderson Santana, mais conhecido como 16 Beats, 25 anos, nascido e criado na periferia, no bairro de Pernambués. Anderson é um jovem negro e vivo, mas que por pouco não teve a vida ceifada pela policia. Ainda na infância, descobriu sua habilidade com a rima em um concurso de poesia que participou na quinta série.

“Descobri que tinha o dom de escrever o que sinto rimando quando a professora passou uma atividade na classe que todos tinham que desenvolver e apresentar. Rapidamente resolvi e fiquei surpreso com a minha facilidade de rimar e descrever o que sinto em um caderno. Porém, como todo jovem preto daqui, acabei trilhando por caminhos errados”, confessa. 

Anderson cresceu envolto a criminalidade, apesar disso, frequentava as “Batalhas de Rimas” como forma de distração e também para se fortalecer, pois sabia que precisava sair do meio que vivia. Segundo ele, teve várias recaídas e se sentia mal por não praticar a mensagem que passava. “Tinha que decidir o que fazer, era as únicas duas coisas que sabia fazer. Não podia fazer as duas, não podia pegar o microfone, passar uma mensagem para meus irmãos sendo ladrão. A meu ver, isso era errado. Fui salvo pelo Freestyle e se não fosse ele, talvez vocês não tivessem me conhecido. Dei muito desgosto a minha coroa. Eu via guerra, morte, opressão policial e mesmo assim escrevia tudo, sonhava em ser MC um dia, mesmo achando impossível”.

Anderson Santana (16Beats) encontra no rap uma forma de resistência

Apesar da falta de crença o sonho dele virou realidade. Após um tempo entre um show e outro conheceu uns rappers e foi parar no estúdio do “Coletivo NaCalada”, onde teve a oportunidade de gravar suas músicas. Depois de um período, foi convidado a fazer parte do Coletivo, além de se tornar instrutor na Escola de Formação Pan-africanista Winnie Mandela.

“O RAP é uma das matérias lecionadas nessa escola. As crianças adoram, pois trabalhamos com dinâmicas para incentivar a leitura, a escrita e também a liberdade de expressão e expressão corporal. É emocionante ver os meninos fazendo desde cedo fazendo Freestyle, escrevendo pequenas rimas, é a semente do RAP plantada no coração dessas crianças”, afirmou.

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Rubian Melo, Mulher Negra, Jornalista, Especialista em Educação. Com desejo enorme de mudar o mundo.

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MATÉRIAS DO PRÊMIO DE JORNALISMO AFIRMATIVA

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Equipe Afirmativa

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A Revista Afirmativa chega para somar. Dar opinião e ser canal de opinião, dos silenciados pela grande mídia, a tradicional, a hegemônica. Somo mais um horizonte afirmativo para o jornalismo da diversidade e do direito à informação. Somos a Juventude Negra Voz Ativa! Há de ter mais verdade, humanidade e poesia nos jornais… Nós acreditamos!

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