Mulher negra é acusada de furto por segurança de loja do Rio de Janeiro

O caso aconteceu na Rede Casa & Vídeo, o caso foi registrado da 12ª DP como  constrangimento ilegal e seguiu para investigação na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)

Por Patricia Rosa

Uma mulher negra de 52 anos denunciou uma abordagem racista que sofreu em uma loja do Rio de Janeiro (RJ), nesta terça-feira (07). O caso aconteceu na Loja Casa e Vídeo, quando um segurança abordou Sandra Silva de Carvalho na saída do estabelecimento e exigiu que ela abrisse a bolsa a acusando de furto.

Ao Portal Uol, Sandra contou que entrou na loja para orientar a irmã no pagamento por meio de Pix. Durante a permanência no local, ela pegou um refrigerante, mas desistiu da compra e entregou o produto para um funcionário. Ao sair do estabelecimento, colocou o celular dentro da bolsa e, em seguida, foi acusada de furto por um funcionário. Indignada com a situação, Sandra despejou os pertences da bolsa no chão para provar sua inocência.

“Ele pulou na minha frente e falou ‘você roubou a loja, abre a bolsa’. Eu tentei dizer que não tinha roubado nada, mas ele falou que tinha visto na câmera, aí joguei tudo no chão”, declarou a vítima.

Clientes da loja gravaram a situação, onde Sandra aparece visivelmente abalada, chorando e após a acusação que sofreu. “Quem me acusou foi esse cidadão aí, me acusando de roubo, isso é uma injustiça”, declarou a cliente.

O estabelecimento publicou uma nota nas redes sociais, declarando que lamenta profundamente o ocorrido e que medidas cabíveis estão sendo tomadas. “ Estamos tomando as providências para que episódios assim não se repitam, com o reforço de treinamentos para todos os nossos colaboradores, e ressaltamos que os envolvidos receberão as medidas disciplinares cabíveis”, declarou a loja.

O crime foi registrado na 12ª DP de Copacabana como constrangimento ilegal e foi encaminhado para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). A Polícia Civil declarou em nota que a tipificação do crime teve como base a declaração da vítima, que não narrou ato explicitamente racista.

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