Outubro Rosa: levantamento aponta desigualdades raciais em relação ao acesso a  prevenção do câncer de mama

O levantamento mostra que 70 % das  mulheres negras acima de 18 anos não haviam realizado exame clínico de mama  

O levantamento mostra que 70 % das  mulheres negras acima de 18 anos não haviam realizado exame clínico de mama  

Texto: Divulgação

Imagem: Freepick

Um levantamento realizado pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (CEDRA), explana as desigualdades raciais em relação ao acesso à prevenção do câncer de mama, no Brasil. De acordo com a pesquisa, o número de mulheres acima de 18 anos que não  realizaram exame clínico de mama é 70% maior entre as mulheres negras. O estudo foi realizado no ano de 2019 e demonstra que 36,3% das mulheres negras não realizaram o procedimento. Em relação às pacientes brancas, este número é de  21,4%.

Nas mulheres negras com faixa etária de 50 a 69 anos, no mesmo período, 27,7% não tinham realizado a mamografia ao longo da vida. Entre as mulheres brancas, este número é de  20,5%.

O presidente do conselho deliberativo do CEDRA, Helio Santos,  reflete sobre as desigualdades no quadro de prevenção ao câncer de mama. “É necessário garantir que a população negra tenha acesso aos direitos humanitários, de forma acolhedora e livre de qualquer discriminação.”

Ele ainda acrescenta que os  dados permitem ter uma radiografia da situação de saúde da população negra brasileira, ele acredita que o quadro pode ter sido agravado no período da pandemia da Covid-19, que acentuou as desigualdades raciais em saúde. “Estes dados evidenciam que o racismo sistêmico está também na saúde, assim como nos outros campos da vida brasileira”, afirma Hélio. 

As análises de dados de saúde contaram com o apoio da Fundação Itaú e do Instituto Carê. O estudo foi realizado a partir do cruzamento de dados coletados na Pesquisa Nacional de Saúde (2019), na Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE, 2019) e no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc, 2020).

O CEDRA é uma associação independente, que busca agregar pensadores da questão racial, especialistas em ciência de dados, estatísticos, economistas e cientistas sociais reunidos para destacar, das estatísticas oficiais, dados que possibilitem o aprofundamento das análises sobre as desigualdades raciais no Brasil.

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