Uma cliente pediu que fosse um motoboy branco para a entrega. De acordo com a polícia, o número do apartamento indicado para a entrega, não existe no prédio
Por Patrícia Rosa
“Ultima vez veio um motoboy negro, peço a gentileza que mande um branco, não gosto de pessoas assim encostando na minha comida”. Essa foi a frase utilizada por uma cliente em um pedido via delivery, para uma pastelaria de Campo Bom (RS). O caso aconteceu na noite da última segunda-feira(14), em seguida os donos do estabelecimento denunciaram o caso de racismo.
O entregador mencionado é Gabriel Fernandes da Cunha, ele e a esposa Daniela Oliveira, são proprietários do empreendimeno. Ao Uol Notícias, Gabriel reforçou a importância da denúncia.
“É importante relatar o caso, mas sou muito maior que algumas palavras que uma pessoa que eu nem sei quem colocou no pedido para me afetar, sou muito maior do que isso.Tanto que minha atitude inicialmente seria amassar o pedido e jogar fora e ela ficar sem o produto que a gente faz com carinho.”
Após receberem a mensagem, a vítima registrou um boletim de ocorrência na 3ª Delegacia de Polícia Regional, como o crime de injúria racial consumada. De acordo com a Polícia Civil, que investiga o caso, foi constatado que o nome do cliente que assina o pedido não corresponde a nenhum morador do prédio. O número do apartamento também não existe no prédio.
A empresa franqueadora da pastelaria divulgou uma nota de apoio à vítima nas redes sociais, repudiando o ato da cliente. “A hora do pastel presta sua solidariedade aos franqueados da cidade de Campo Bom(RS), repudiando veementemente os comentários racistas proferidos imotivadamente , em atitude criminosa”, disse a empresa.
O Ifood se pronunciou por nota sobre o ocorrido, repudiando o caso e explicando que a conta da cliente em questão foi criada no aplicativo no mesmo dia do pedido, sem compras anteriores vinculadas.
“Além disso, buscamos contato com os donos do restaurante para prestar o apoio necessário. Já estamos tomando as providências para o bloqueio do cliente e seguimos à disposição das autoridades para quaisquer informações necessárias”, afirmou o Ifood.