A vítima da etnia Pataxó foi baleada durante um ataque no dia 4 de setembro.
A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira (6), operação no sul da Bahia com intuito de investigar e prender suspeitos do assassinato do adolescente indígena de etnia Pataxó, de 14 anos, em uma fazenda na cidade de Prado, interior da Bahia, em 4 de setembro deste ano. Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Teixeira de Freitas, Itamaraju e Porto Seguro, no extremo sul da Bahia.
Durante a operação, com ações coordenadas pela Corregedoria Geral da SSP/BA, a PF apreendeu armas, notebook, celular e material biológico dos suspeitos. As investigações estão em segredo de Justiça por se tratar de menor de idade, mas a “Operação Tupã”, como foi nomeada pela PF, busca coletar provas que, após análise, possam contribuir para a elucidação que os indígenas sofreram vitimando um adolescente.
De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), houve invasão do Território Indígena Comexatibá por grupo de pistoleiros, com ao menos cinco homens armados com armas de grosso calibre e bomba de gás lacrimogêneo. Além do adolescente de iniciais G.C.S, que veio a óbito, outro jovem foi baleado no braço por um tiro de fuzil, mas passa bem.
“Há mais de três meses os indígenas vêm sendo aterrorizados com ameaças, coações, tocaias, tiroteios perpetrados por homens encapuzados e fortemente armados com gás lacrimogêneo, fuzis, escopetas calibre 12 e rifles 38”, denúncia Apib em carta publicada no site da entidade.
A entidade ainda cobra a demarcação das terras para que haja fim dos conflitos. No dia 14 de setembro, uma comissão de lideranças indígenas da Apib e da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme) esteve em Brasília, acionando diversas instituições para defender o Território Indígena Pataxó dos ataques “da milícia bolsonarista, que há meses ameaça as comunidades do extremo sul da Bahia”, como definem e na busca por justiça. A articulação também cobrou resposta da Polícia Federal, na época.