Texto: Divulgação
Imagem: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
A Rede de Mulheres Negras do Nordeste realiza a formação “Violência doméstica contra meninas e mulheres e suas intersecções com o racismo” voltada aos profissionais da saúde e da segurança pública dos estados da região Nordeste. A formação ocorre em modalidade remota, através da plataforma Zoom, no próximo dia 29, das 19h às 21h. São 90 vagas e para garantir a inscrição é necessário preencher o formulário até às 17h de 24 de setembro. Os participantes receberão certificado.
Capacitar profissionais da saúde e segurança pública, não só para preservar a vida de crianças e adolescentes, mas também para criar estratégias de proteção das mulheres, constitui o intuito da formação.
“Temos como objetivo fazer com que as diversas entradas como a saúde e segurança pública possam notificar os casos de violência”, informou Valdecir Nascimento, idealizadora do Odara – Instituto da Mulher Negra e membro da coordenação da Rede Nordeste. Nascimento também declara que a Rede enfrenta um grande desafio, que não é apenas o de notificar os altos índices de violência doméstica e feminicídio na região, mas também colaborar para desenvolver medidas e estratégias para redução da letalidade nas vidas das mulheres.
A instrutora da capacitação será Silvia Cristina Leite, assistente social formada pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e com pós-graduação em Sociologia e Estratégia de Saúde da Família. Além de um vasto currículo profissional e acadêmico, ela possui o histórico de 44 anos de ativismo nos movimentos negro e feminista em São Luís do Maranhão.
Alarmante crescimento de violência contra a Mulher no Nordeste
No primeiro semestre de 2023, seis dos nove estados do Nordeste registraram aumento dos casos de violências contra a mulher definidos pela Lei Maria da Penha (nº 11.340), segundo levantamento, via Lei de Acesso à Informação, realizado pela Agência Tatu. No topo do ranking está o Ceará com crescimento de 29,4% dos registros de violência contra mulheres, seguido por Alagoas com 25,78%, Rio Grande do Norte com 23,99%, Pernambuco com 20,89%, no Maranhão aumentou 16,54%, e Sergipe 14,79%. “Na medida em que temos profissionais qualificados, que têm a capacidade de perceber que determinadas entradas – seja na saúde ou segurança pública – foram causadas especificamente por violência doméstica, impactará no atendimento, assim mulheres e meninas vítimas se sentirão mais seguras ao chegar nesses espaços, não envergonhadas. Consequentemente vão se encorajar para comunicar o fato”, declarou Valdecir Nascimento. Ela informou que outros impactos serão a redução da reincidência dos casos de violência e aumento da participação dos organismos públicos no acolhimento, cuidado e atenção às vítimas.