Texto: Divulgação
No dia 28 de outubro, às 20h , vai ao ar a série documental SÃO FLORESTAS. Produzido e veiculado pela SescTv, o audiovisual pretende abordar a Amazônia como um território de vida e de urgências a partir de histórias dos povos originários, comunidades ribeirinhas, pesquisadores e lideranças sociais. Dirigida pelo jornalista e escritor Miguel De Almeida, a produção conta com 17 episódios, com duração de 30 minutos cada.
A série estreia com o episódio intitulado “Pobreza x Abundância”. A narrativa se abre com Raimunda Rodrigues, da Reserva Extrativista do Rio Iriri, no Pará, que conta como o trabalho com o babaçu é uma tradição familiar, iniciada há muitas gerações. “A gente conseguiu não só alimentar nossa família e os ribeirinhos, mas também comercializar e ter uma renda maior para a comunidade”, afirmou a extrativista. Em suas mãos, o fruto da palmeira se converte em farinha, óleo e sustento. O gesto carrega não apenas sobrevivência, mas também uma economia silenciosa, mantida pelo ritmo da floresta.
Na mesma trama, o engenheiro agrônomo Beto Veríssimo, do projeto Amazônia 2030, contrapõe números à experiência cotidiana. Para ele, o desmatamento perpetua a pobreza. O que parece crescimento, a expansão da fronteira agrícola e o extrativismo acelerado revela-se como um ciclo de devastação e terra improdutiva, deixando quase metade da população amazônica abaixo da linha da pobreza.
A produção não tem o intuito de se organizar como narrativa única, mas como um mosaico de vozes que evidencia a Amazônia em múltiplas camadas. No momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP 30 — a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que reúne anualmente representantes de quase 200 países para discutir políticas ambientais globais —, SÃO FLORESTAS pretende reforçar o coro ao recolocar a floresta no centro do debate: um território que abriga riquezas naturais e culturais, e, ao mesmo tempo, enfrenta desigualdades históricas e pressões globais.
Os episódios da série objetivam percorrer temas que dialogam diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), agenda global estabelecida pela ONU em 2015 para enfrentar desafios como pobreza, desigualdade e mudanças climáticas até 2030. Inspirados nos 17 ODS, os capítulos buscam explorar desde o acesso a saneamento básico e energia limpa até a preservação da vida terrestre e aquática, passando pela igualdade de gênero, a educação e a justiça social. É uma tentativa de costurar narrativas, entre a voz da floresta e as urgências do presente, em busca de caminhos que possam sustentar um futuro possível.
