Da Redação
Em 2024, a temperatura média global superou pela primeira vez o limite de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, tornando-se o ano mais quente já registrado desde 1850. As informações são do serviço europeu de mudança do clima Copernicus (C3S) que aponta que a temperatura média global foi 1,6 °C acima das observadas entre 1850-1900.
Embora o Acordo de Paris estabeleça um limite de 1,5 °C baseado em médias de pelo menos 20 anos, o aumento registrado em 2024 é um alerta preocupante de que as temperaturas estão ultrapassando níveis jamais vivenciados pela humanidade.
“(…) A realidade com a qual estamos vivendo exige ações e decisões ambiciosas que permitam frear a aproximação com o ponto de não retorno”, alerta o diretor do Departamento para o Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Osvaldo Moraes, em entrevista à Agência Gov.
O ponto de não retorno ou “tipping point” é um conceito criado por pesquisadores em referência a um limite que se for ultrapassado, devido a mudanças climáticas e o aquecimento global, ocasionará alterações irreversíveis ao planeta. Os principais responsáveis que empurram o planeta para essa realidade apocalíptica são: a ação humana e a queima de combustíveis fósseis, sendo este último o maior motivador do aumento dos gases de efeito estufa (GEE).
Nesse sentido, o aquecimento global, devido ao vapor d’água na atmosfera e a alta concentração de GEE têm provocado diversas catástrofes pelo Brasil e no mundo, sobretudo impactando as populações negras e periféricas através do racismo ambiental. Um dos exemplos aconteceu ano passado no Rio Grande do Sul, quando o estado brasileiro enfrentou fortes chuvas e enchentes que atingiram 478 dos 497 municípios gaúchos, afetando 2,4 milhões de pessoas.
Dados do Copernicus reiteram que em 2024 o planeta atingiu os níveis mais altos já registrados de dióxido de carbono (CO2), com 422,1 ppm (partes por milhão), e de metano (CH4), com 1.897 ppb (partes por bilhão).
No continente americano, o aquecimento foi ainda mais acentuado em 2024, com uma anomalia de temperatura de 0,95 °C em relação à média de 1990 a 2020, especialmente em regiões como a Amazônia, o Pantanal e o México. Com isso, o continente ultrapassou a temperatura média global (0.72°C) no mesmo ano.
Com informações da Agência Gov