Terreiro das Salinas denuncia incêndio criminoso no primeiro dia do ano

O Terreiro das Salinas, localizado no município de São José da Coroa Grande, litoral sul de Pernambuco, teve a manhã do primeiro dia do ano marcada por um atentado violento. Os membros do terreiro, fundado há dois anos, foram surpreendidos ao saber que o local estava sendo incendiado

Da Redação

O Terreiro das Salinas, localizado no município de São José da Coroa Grande, litoral sul de Pernambuco, teve a manhã do primeiro dia do ano marcada por um atentado violento. Os membros do terreiro, fundado há dois anos, foram surpreendidos ao saber que o local estava sendo incendiado. Avisados sobre o cheiro de fumaça por um vizinho, encontraram tudo destruído ao chegar no espaço que haviam deixado há poucas horas, já que passaram a virada do ano no território.

Por meio de nota nas redes sociais, o terreiro informou que na manhã desta segunda-feira (3) foi aberto um Boletim de Ocorrência na Delegacia de São José da Coroa Grande, onde aguardam a conclusão do inquérito policial. Também houve entrada em um pedido de investigação ao Ministério Público de Pernambuco. Os procedimentos jurídicos e legais estão sendo tomados com apoio do Projeto Oxé – atendimento jurídico e psicossocial contra o racismo.

“Não é de hoje que os terreiros das religiões de matriz africana, afro-brasileira e afro-indígena tem sido alvo constante das violências, intolerâncias e racismo religioso que tenta impedir a realização de nossos rituais, da adoração aos nossos orixás e entidades sagradas. No entanto, ver a nossa casa de axé, nosso local sagrado, onde depositamos nossa fé, onde construímos cada canto com nosso suor e devoção em chamas é violento e perturbador”, diz um trecho da nota.

Os integrantes do Salinas veem o acontecido como uma tentativa de “silenciamento e opressão”, e relatam que já tiveram seus rituais interrompidos em três ocasiões anteriormente, mas foram situações que acreditaram “contornar”. Tendo sido necessário mudar os horários das atividades, para evitar represálias da vizinhança, que costumava chamar a polícia para interromper os rituais.

O Ilê Axé Ayabá Omi é de tradição Jeje-nagô e foi fundado pelo babalorixá Lívio Martins. Contando com cerca de 40 membros, o terreiro tem forte incidência na comunidade de Abreu do Uma, distrito da cidade. Através da distribuição semanal de sopa, reforço escolar gratuito às crianças e entrega de cestas básicas da Campanha Tem Gente Com Fome, da Coalizão Negra por Direitos.

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