The Intercept lança bolsas de tecnoinvestigações para pessoas negras

Em parceria com a Conectas Direitos Humanos, Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa e Data Labe, o jornal independente The Intercept Brasil lançou na última segunda-feira (14) as Bolsas de Tecnoinvestigações para Pessoas Negras.

Os interessados e interessadas poderão se inscrever até o dia 6 de março, e não é necessário ter formação na área, nem experiência

Da Redação

Imagem: Douglas Lopes

Em parceria com a Conectas Direitos Humanos, Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa e Data Labe, o jornal independente The Intercept Brasil lançou na última segunda-feira (14) as Bolsas de Tecnoinvestigações para Pessoas Negras. Serão selecionados quatro bolsistas, que receberão R$ 4.500 cada, para fazer reportagens que mostrem como diferentes tecnologias estão sendo usadas para violar direitos fundamentais – seja por parte do estado ou de empresas privadas.

O objetivo da iniciativa é ir além do noticiário de tecnologia tradicional. Para isso, pretende aprofundar o trabalho investigativo, mas, desta vez, incluindo um número maior de repórteres negros e negras nesse tipo de cobertura. Em setembro do ano passado, o portal publicou uma reportagem denunciando o uso do reconhecimento facial na Bahia, sistema expandido pelo governador Rui Costa (PT) e que com frequência identifica jovens negros erroneamente.

Os interessados e interessadas poderão se inscrever até o dia 6 de março, e não é necessário ter formação na área, nem experiência. Basta ter uma boa ideia de investigação.

A seleção está em busca de reportagens que denunciem práticas como:

  • Centralização de bases de dados e integração para fins de segurança pública e/ou inteligência;
  • Contratações ou parcerias com poder privado para aumento da capacidade de vigilância e uso compartilhado de dados pessoais dos cidadãos e cidadãs brasileiros;
  • Tentativas de utilização de bases de dados para finalidades distintas das originalmente criadas, com potencial lesão à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais;
  • Desenvolvimento de novos sistemas de informação e projetos de cibersegurança, com ou sem envolvimento direto das Forças Armadas;
  • Unificação dos sistemas de segurança pública pelo Ministério da Justiça e ampliação do acesso a esses sistemas para agentes estatais;
  • Uso de tecnologias que gerem impacto negativo na discriminação racial ou de gênero por agentes do estado ou entes privados;
  • Uso de tecnologias para perseguição e criminalização de movimentos sociais.

Serão selecionadas as melhores ideias de reportagens com base nos seguintes critérios: Alinhamento com a proposta; Relevância jornalística; Possibilidade de impacto e mudança real no pós-publicação; Ineditismo e/ou originalidade; Comprovação documental (PDFs, áudios, vídeos, prints, etc)/entrevistas fundamentais; Viabilidade de execução; Diversidade de gênero e regional.

Na primeira etapa do projeto, serão escolhidos/as dez repórteres, a partir das ideias apresentadas. Às pessoas selecionadas, será oferecida uma oficina de formação básica, ministrada pelo Intercept, Data Labe, Data Privacy Brasil e Conectas, para ajudar na construção da pauta jornalística. A partir desse processo de construção, serão selecionadas as quatro pautas contempladas com as bolsas.

As reportagens passarão pelo processo tradicional de apuração, edição e checagem e leitura legal do Intercept, orientadas pela equipe editorial.

Para acessar o formulário de inscrição, basta clicar aqui.

Cronograma

Candidatura por meio do formulário: 14 de fevereiro a 6 de março

Seleção das pautas: 7 de março a 14 de março

Divulgação dos selecionados da primeira etapa: 15 de março

Oficina: 21 a 24 de março

Seleção das pautas finais: 25 de março a 4 de abril

Publicação das reportagens: a partir de maio

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