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“Toda mulher negra tem seu lugar na Marcha”, declara manifesto oficial da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver

Vozes de artistas e ativistas se uniram em um vídeo que busca provocar identificação naquelas que formam o maior grupo populacional do país e convocá-las a marchar no dia 25 de novembro
Imagem: Reprodução Redes Sociais

Por Andressa Franco

“Toda mulher negra tem seu lugar na Marcha”. Foi esse o recado que o Vídeo Manifesto oficial da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, publicado na última semana, buscou transmitir. 

Com parceria técnica da Cultne e contribuição voluntária de todas as participantes, o vídeo uniu as vozes de artistas e ativistas das mais diversas esferas de atuação, em um chamado para todas as mulheres negras. Aquelas que “acordam cedo e fazem a vida acontecer; desafiam barreiras e transformam o impossível em realidade; inovam, abrem caminhos e criam o futuro; movimentam a economia, a política e a cultura; estudam, trabalham, cuidam e educam; compartilham saberes e criam novas formas de existir.”

O convite é para seguir fazendo o que sempre fizeram: manter-se criativas, visionárias, inventivas e estratégicas, na busca por mostrar que outro mundo é possível e necessário, e vem sendo construído em redes rumo à reparação e ao Bem Viver.

Participaram nomes como as atrizes Camila Pitanga, Taís Araújo, Roberta Rodrigues, Juliana Alves, Cinnara Leal e Roberta Estrela Dalva; a cantora Ellen Oléria; as criadoras de conteúdo Gabi Oliveira, Giselli Oliveira e Fayda Belo; as ativistas Clátia Vieira (Comitê Nacional da Marcha), Heliana Hemetério (AMNB), Vic Argolo (CEDENPA), Endi Kathleen (Instituto Odara) e Bia Nunes (CONAQ).

Também somam forças ao manifesto a promotora de Justiça do Ministério Público da Bahia, Lívia Vaz; além de mães que perderam seus filhos para o racismo e a violência do Estado, como Ana Paula Oliveira, do grupo Mães de Manguinhos, e Mirtes Renata, mãe do menino Miguel.

O manifesto lembra que são as mulheres negras que abrem passagem, sonham juntas e transformam as vidas de suas famílias e comunidades. E que os sonhos de cada uma delas podem e devem se encontrar na 2ª Marcha das Mulheres Negras, que acontece no dia 25 de novembro, em Brasília (DF).

Sonhos como um Brasil onde meninas negras possam crescer acreditando que o mundo também foi feito para elas; onde todas as mães possam dormir tranquilas, sem temer pela vida dos seus filhos; onde a vida das crianças negras seja protegida e respeitada; onde tenhamos acesso a oportunidades, autonomia financeira, dignidade no trabalho, descanso, educação, segurança, afeto e acolhimento para todas as meninas e mulheres cis e trans do Brasil e do mundo.

A iniciativa é um aceno para as mulheres negras do cotidiano. Aquelas que nem sempre estão nos espaços de militância ou nos coletivos, mas que fazem parte do maior grupo populacional do país (28,5%, segundo o IBGE), e sentem em seus corpos e trajetórias a falta de oportunidades, a precarização dos serviços públicos, a violência do racismo patriarcal, o medo do feminicídio e da violência obstétrica, e até mesmo a menor expectativa de vida

“Somos as últimas da fila de direitos, as primeiras a carregar o peso da exclusão e ainda assim as que seguem neste país com dignidade”, como declarou a filósofa Sueli Carneiro em Sessão Solene na última quarta-feira (29), um dia após a megaoperação policial que deixou mais de 120 pessoas mortas no Rio de Janeiro (RJ).

O manifesto reconhece a pluralidade daquelas que são mães, donas de casa, trabalhadoras, estudantes, urbanas, rurais, quilombolas, PCDs, LBTIs, evangélicas, de axé, meninas e adolescentes, jovens e mais velhas.

Após 10 anos da 1ª Marcha, que aconteceu em 18 de novembro de 2015, mulheres negras de diversas regiões do país e do mundo voltarão a se encontrar na capital federal. Dessa vez, a mobilização será ainda maior: 1 milhão de mulheres. 

“Cada sonho conta na construção de um país mais justo que abra caminhos para uma sociedade de Bem Viver. Se você acredita que os sonhos das mulheres negras podem transformar o Brasil e o mundo, vem marchar com a gente. Toda mulher negra tem seu lugar na marcha. Se organiza e vem”, são as palavras que encerram o vídeo manifesto. Assista na íntegra aqui.

Procure o comitê do seu estado e vem marchar com a gente.

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