Vendedor ambulante denuncia agressão de funcionários da loja Atakarejo em Salvador (BA)

As agressões teriam acontecido  quando a vítima foi ajudar uma família a carregar as compras 

Por Patrícia Rosa

Um vendedor ambulante negro denunciou ter sido vítima de violência na unidade do supermercado Atakarejo, na Avenida Paralela, em Salvador, na noite da última segunda-feira (3). Segundo ele, um funcionário do estabelecimento o agrediu fisicamente quando tentou ajudar uma família a carregar as compras para o carro. O homem também pediu à família que comprasse um pacote de paçocas, para compor seu material de trabalho.

A vítima, que não quis se identificar, contou à TV Bahia que nem chegou a entrar na loja. Segundo seu relato, ao se aproximar da família para ajudar com as compras, foi atacado pelo funcionário. “Eu nem cheguei a entrar no mercado. Ele disse que eu não ia entrar porque estava desde cedo pedindo coisas aos clientes e resolveu me agredir. Ele me deu um chute na boca, que me pegou de surpresa. Comecei a cuspir sangue”, declarou  o vendedor.

A cliente, Gildete Conceição, presenciou a agressão e afirmou que pediu ao funcionário para parar, explicando que o vendedor estava apenas ajudando. No entanto, ele ignorou o pedido e continuou as agressões. A testemunha ainda destacou que toda a conversa com o vendedor aconteceu fora do supermercado e que ele não desrespeitou as ordens dos funcionários para não entrar no local.

A vítima e a testemunha registraram um boletim de ocorrência na última terça-feira (04). O supermercado se pronunciou através de nota, declarando que está apurando os fatos e que adotará as  medidas cabíveis.

“A empresa reforça seu compromisso contínuo com a transparência, a integridade e o cumprimento da legislação. Reafirmamos que não compactuamos com a violência e seguimos comprometidos em garantir um ambiente seguro, respeitoso e alinhado aos nossos valores”, declarou o supermercado. 

Histórico de violências da Rede Atakarejo de Salvador 

Em abril de 2021,  o Bruno Barros da Silva, de 29 anos, e do neto Yan Barros da Silva, de 19 anos, tio e sobrinho foram pegos por seguranças da loja por suspeita de tentar roubar carnes na loja do Nordeste de Amaralina, que somavam o valor de R$ 700. A unidade não acionou a polícia e entregou os dois homens a traficantes do Bairro de Nordeste de Amaralina, em Salvador (BA). Os jovens foram torturados e mortos, com requintes de crueldade e os corpos foram encontrados dentro da mala de um carro.

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