Da Redação*
66% das mulheres negras que já sofreram violência doméstica no Brasil não têm renda ou possuem renda insuficiente. 85% destas mulheres convivem com os agressores. Essas são informações divulgadas pelo Instituto de Pesquisa DataSenado através da “Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher Negra”, publicada este mês. O levantamento entrevistou 13.977 pessoas de 16 anos ou mais, entre os dias 21 de agosto a 25 de setembro de 2023.
A violência doméstica é uma grave ameaça à vida das mulheres negras, impactando profundamente sua integridade física, emocional e social. Essa realidade é agravada pela interseccionalidade, que evidencia como raça, gênero e condições socioeconômicas interagem para aumentar sua vulnerabilidade.
Nesse sentido, os dados da Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher Negra também mostraram que 55% das mulheres vítimas de violência doméstica que procuraram atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) eram negras. O estudo é um aprofundamento de informações trazidas pelo Mapa Nacional da Violência de Gênero.
Lançado em novembro de 2023, o Mapa compila dados de diversas fontes, como as de Saúde (DataSUS – SIM e Sinan), Justiça (CNJ-DataJus) e Segurança Pública (Sinesp). O que traz ainda mais relevância à Pesquisa, que apontou que 67% das mulheres assassinadas no país eram negras, segundo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM).
No quesito proteção, o estudo mostrou que a maioria das mulheres negras que sofreram violência doméstica grave não solicitou medidas protetivas, independentemente do grau de escolaridade. Mesmo contando com mulheres que possuíam alguma graduação completa, 78% não buscaram proteção. Além disso, apenas 30% dessas mulheres recorreram ao sistema de saúde.
Confira a pesquisa completa aqui.
*Com informações do DataSenado
