Texto: Divulgação
Um festival itinerante que possibilita a exibição de conteúdos audiovisuais, promovendo a valorização dos povos originários e afro-brasileiros, esse é o objetivo do Cine Terreiro. A abertura do festival acontece no dia 27 de novembro, no Espaço Cultural Barroquinha, em Salvador (BA). O evento é gratuito, sujeito à lotação do espaço.
Na estreia, nos turnos da manhã e tarde, o festival exibirá sessões para estudantes de escolas públicas do Subúrbio 360. A abertura oficial do festival acontece a partir das 19 horas, com uma apresentação do Coral Ecumênico da Bahia, regido pelo maestro Angelo Rafael, além de uma exibição única do documentário “Vozes Da Fé”, que foi contemplado no edital Salcine.
O festival Cine Terreiro tem o objetivo de transitar em territórios de religiões de matriz afro-brasileira e indígena (terreiros de Candomblé, Umbanda e Jurema), quilombos urbanos e Casas Espirituais Universalistas, enaltecendo e prestigiando o patrimônio imaterial, através dos espaços de preservação e memória, discussão, formação e desenvolvimento desses povos.
João Paulo Diogo, coordenador geral do festival, fala que a iniciativa é uma oportunidade de abrir espaço para que comunidades tradicionais de matriz africana, quilombolas e escolas comunitárias se conectarem com histórias e memórias interrompidas pelos processos de escravização e pelos ataques contra povos indígenas.
“Com o sagrado como fio condutor, o festival proporciona, por meio de suas mostras e oficinas, uma experiência intensa de conexão entre o cinema e as tradições que resistem e mantêm vivas as raízes culturais desses territórios”, destaca o coordenador geral.
Mostras Competitivas
Nos dias 28 e 29 de novembro, o Subúrbio 360 terá a exibição das três mostras competitivas do festival: Grão (formação direcionada a realizadores iniciantes), Mar (direcionada a realizadores não iniciantes) e Sal (dedicada a filmes produzidos em Salvador).
Os vencedores das mostras receberão a bonificação no valor de R$ 1000 reais, além de premiação em serviços prestados e aluguel de equipamentos, cedidos em parceria pela empresa IgluLoc.
A programação no último dia do evento conta com uma premiação dos filmes vencedores e homenagens à Ìyálọ̀riṣa Ìyá Márcia de Ògún, a mestra tradicional Maya Pataxó Hãhãhãe e mais outras 12 pessoas, autoridades tradicionais e defensores dos direitos dos povos e comunidades de matriz africana.
Para João Paulo Diogo, a homenagem é um ato simbólico de reconhecimento às lideranças espirituais e culturais e mantêm vivas as raízes dos povos afro-brasileiros. “As contribuições dessas lideranças garantem a preservação da cultura, da espiritualidade e da resistência das comunidades. É um tributo a quem, com sabedoria e dedicação, sustenta e perpetua os valores, tradições e ensinamentos de nossos ancestrais”, destacou.
O evento de encerramento acontece a partir das 18 horas, no Subúrbio 360, no Bairro de Coutos, em Salvador (BA).
Após a edição presencial do festival, o público terá a oportunidade de assistir aos filmes selecionados na Mostra Online, que acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro.
Cine Terreiro
A iniciativa, que nasceu em 2015, é originária do estado do Rio Grande do Norte e adota um formato itinerante, com Mostras e Oficinas em três Territórios Sagrados: Ilê Áse Torrun Gunan, Ilé Àse Kòso Àrà Tó Iná e Ilê Axé Omin Ifan Quilombo Alto do Tororó. Ainda haverá exibições e rodas de conversa na Escola Comunitária Luiza Mahin e exibição no Parque Pedra de Xangô.
O Cine Terreiro 2024 é realizado em colaboração com as Assessorias Cirandas, Ori Audiovisual, Culturatao e Cruzeiro Filmes. O festival também conta com o apoio da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Salvador e os recursos da Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura.
