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Pastor que fez discurso racista e sexista contra mulheres negras prestou homenagens a Bolsonaro em 2019

Em congresso evangélico realizado no Pará, religioso usa estereótipos para inferiorizar mulheres negras, expondo como o racismo e o sexismo seguem normalizados em espaços de poder
Imagem: Reprodução Redes Sociais

Por Luana Miranda

Océlio Nauar, pastor da igreja Assembleia de Deus, proferiu um discurso de teor racista em congresso evangélico para mulheres, no último sábado (9). O evento ocorreu em Itaituba (PA), e chamou atenção nas redes após o compartilhamento do vídeo que mostra o religioso afirmando: “Quando você for casar, escolha com quem for casar. Se você escolher uma branquinha, tem mais despesa, é mais caro. Escolhe uma morena que gasta menos. As branquinhas começam a ter um negócio aqui, tem que comprar mais creme, vai ficando cara. Mas o amor é cego”.

Océlio, que atualmente é pastor presidente da Convenção Interestadual da Assembleia de Deus no Pará, esteve presente em um culto de ação de graças realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019. Na ocasião, posou para fotos ao lado do político, enquanto lhe entregava placas de homenagens concedidas pela igreja e pela Faculdade Galamiel – instituição na qual leciona.

Em resposta ao portal Terra, a equipe do pastor afirmou que “Océlio estava falando a respeito de sua esposa, que é branca, e que teve um sério problema de pele que custou muito caro” e chegou a insinuar que “um grupo movido por intenções políticas infamou esse corte para prejudicar a boa imagem do pastor”. 

O discurso racista e sexista do pastor, no entanto, escancara a perpetuação das violências praticadas contra as mulheres negras no Brasil, que se manifestam de diversas formas: verbais, físicas, psicológicas e patrimoniais. A inferiorização e a objetificação da mulher é a porta de entrada para uma série de comportamentos violentos que são normalizados pelas instâncias de poder, ao exemplo das igrejas. 

De acordo com Atlas da Violência 2025, as mulheres negras são 63,3% das vítimas de  feminicídios no Brasil e representam 59% das vítimas de violência doméstica. Esses dados reforçam as consequências de declarações como a de Océlio Nauar, que disseminam discursos supremacistas brancos transfigurados de piada, alimentando uma cultura de desumanização que legitima e reitera a violência contra as mulheres negras.

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