Espetáculo terá apresentações gratuitas no Campo Grande (dias 30/06 e 1º/07) e no espaço Boca de Brasa Subúrbio 360
Texto e Imagem: Divulgação
O Bando de Teatro Olodum estreia nesta sexta-feira (30) às 19h o espetáculo “A Resistência Cabocla”. A peça integra a programação pelo Bicentenário das lutas pela Independência do Brasil ocorridas na Bahia.
A apresentação será gratuita, em um palco na praça do Campo Grande, ao lado do monumento ao Caboclo do 2 de Julho, em Salvador (BA). O objetivo é apresentar para população a história de resistência do povo baiano contra o domínio português e o protagonismo de mulheres, negros e indígenas para garantir a libertação do Brasil.
O elenco dará vida a heróis e heroínas ainda ausentes nos livros de história e nas narrativas sobre a independência do Brasil. Com destaque a personagens como Maria Felipa, Maria Quitéria, o corneteiro Lopes e o indígena Bartolomeu, representante dos primeiros defensores das terras e da natureza do Brasil.
“O Bando assume mais esse compromisso de contar a história de um outro ponto de vista, com a nossa metodologia e linguagem construídas em nossa trajetória de 33 anos, fazendo um teatro negro, popular e engajado com as demandas urgentes do nosso povo”, destaca a atriz, diretora e escritora Cássia Valle.
O Bando de Teatro Olodum foi criado em 1990, se estabelecendo como a companhia negra mais popular e de maior longevidade na história do teatro baiano e uma das mais conhecidas do país. O grupo dividirá o palco com artistas convidados, como o ator e cantor Érico Brás; o cantor e compositor Tonho Matéria; a banda mirim do Olodum; e os dançarinos da Uzarte, grupo artístico do Subúrbio de Salvador, que desde 2014 vem reunindo pela arte, jovens e crianças de comunidades da periferia da cidade.
A apresentação é organizada pela Fundação Gregório de Mattos da Prefeitura de Salvador.
Enredo
A Resistência Cabocla conta a história de dois jovens negros que se preparam para participar dos desfiles do 2 de Julho, em Salvador. Enquanto Luque está ansioso para desfilar como baliza à frente de uma das fanfarras, a musicista Mirna faz vários questionamentos sobre a sua participação nos festejos, especialmente por sentir falta de representatividade negra e feminina no que aprendeu sobre a data.
A aparição fantástica do Caboclo Tupinambá conduzirá os jovens às imagens históricas das lutas travadas em solo baiano para expulsar as tropas dos colonizadores, que resistiam mesmo depois do 07 de setembro de 1822, trazendo à cena do espetáculo a bravura popular que garantiu definitivamente a independência do país.
A peça tem texto inédito do dramaturgo Daniel Arcades, escrito especialmente para a celebração dos 200 anos, consultoria da pesquisadora Mabel Freitas e direção de Cássia Valle, Valdinéia Soriano e Leno Sacramento.
“Queremos mostrar que desde sempre nosso povo resistiu por liberdade e que ainda temos muito o que lutar e honrar a coragem dos nossos ancestrais negros e indígenas”, explica Daniel Arcades.
Programação
Estreia dia 30 de junho, às 19h, na Praça do Campo Grande
Dia 1º de julho, em duas sessões: às 17h e às 19h, na Praça do Campo Grande
Dia 07 de julho (aberto ao público), às 19h; Espaço Cultural Boca de Brasa Subúrbio 360, em Alto de Coutos
Dias 10, 11, 12 e 13 de julho: sessões voltadas para alunos de escolas municipais, seguidas por bate-papo com a equipe.