Cantora e suplente a vereadora trans é vítima de assassinato brutal em Sinop (MT)

A jovem, que foi candidata a vereadora nas últimas eleições, desapareceu na manhã de sábado, o corpo foi encontrado no domingo

Por Patricia Rosa

Uma cantora e suplente a vereadora trans, de 27 anos, foi mais uma vítima da transfobia no Brasil. A jovem, que se chamava Santrosa, foi encontrada morta em uma região de mata no município de Sinop (MT), neste domingo (10). Vítima de um crime brutal, ela foi encontrada decapitada, com mãos e pés amarrados.

De acordo com informações da Polícia Civil de Mato Grosso, a jovem estava desaparecida desde a manhã de sábado (09), quando saiu de casa por volta das 11 horas, última vez que foi vista. Naquela noite de sábado a artista tinha um show marcado, mas não compareceu, logo o boletim de ocorrência foi registrado. O caso é investigado pela polícia como homicídio.

O perito criminal Deusimar Rosa, explicou em um vídeo divulgado pelo portal Só notícias, que provavelmente a vítima foi morta em outro local e teve o corpo deixado na região de mata.

Santrosa foi candidata a vereadora nas eleições deste ano, filiada ao PSDB, ela recebeu 121 votos. A jovem alcançou o marco de primeira mulher trans a alcançar a suplência na Câmara Municipal da cidade. Em suas redes sociais ela falou da importância do seu marco político.

“É possível ser a voz das pessoas mesmo não emplacando em números, sendo assim seguiremos firmes com nossos projetos e sonhos, se a oportunidade for concedida será executada com excelência”, escreveu Santrosa.

A Associação da parada do orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso, divulgou uma nota, manifestando seu pesar pela morte da artista e pedindo justiça.

“A Associação da Parada LGBTQIA+ de Mato Grosso já acionou o Grupo Estadual de Combates aos Crimes de Homofobia, e cobrará das autoridades competentes a apuração dos culpados por mais uma morte na população LGBTQIA+ em Mato Grosso”, declarou a associação. 

O Dossiê de LGBTIfobia letal, elaborado pelo Observatório de mortes violentas LGBTQIA+ no Brasil, denunciou que no ano de 2023 ocorreram 230 mortes de pessoas das comunidades no país. Do total de mortes, 61, 74% eram de mulheres trans e travestis. 

O corpo da jovem foi sepultado no fim da tarde de segunda-feira (11) Cemitério Municipal de Sinop (MT).

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