Coletivo de travestis e transexuais negros manifesta solidariedade pela morte de jovem vítima de homofobia no AM

Fernando Vilaça, de 17 anos, foi brutalmente agredido após sofrer ofensas homofóbicas. O Fonatrans cobra justiça e ação contra crimes de ódio no país.
Fernando Vilaça da Silva / Imagem: Reprodução Redes Sociais

Por Catiane Pereira

O Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negros (Fonatrans) divulgou nesta terça-feira (8) uma nota de solidariedade à comunidade LGBTQIA+ e aos familiares de Fernando Vilaça da Silva, adolescente de 17 anos espancado até a morte em Manaus (AM). Embora seja um coletivo voltado à luta por direitos de travestis e transexuais negras e negros, a organização reforçou a importância da união da comunidade na luta contra a LGBTfobia.

Fernando foi agredido na última quarta-feira (3), na Rua Três Poderes, no bairro Gilberto Mestrinho, na Zona Leste da capital amazonense. Segundo testemunhas ouvidas pelo portal G1, ele era alvo frequente de ofensas homofóbicas por parte de outros jovens da vizinhança. Naquele dia, saiu de casa para comprar leite e acabou sendo brutalmente espancado após tentar dialogar com os agressores. Socorrido com vida, Fernando passou por cirurgia, mas não resistiu. A morte foi confirmada neste sábado (5).

Em nota, o Fonatrans declarou que o assassinato de Fernando reafirma a violência diária que assola a população LGBTQIA+ no Brasil, onde um homossexual é morto a cada 28 horas, e 70% desses casos permanecem impunes. “O Brasil não pode mais tolerar o silêncio: o sistema de justiça deve ser eficaz — investigando, julgando e condenando rapidamente.”

A organização ainda expressou apoio à família, aos amigos e à comunidade afetada pela perda. “Que a memória de Fernando inspire urgência na luta por justiça, segurança e respeito. Seguiremos firmes, exigindo que vidas queer sejam protegidas e valorizadas, e que crimes de ódio parem de ser tratados como ‘normalidade’.”

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) como homicídio qualificado. Até o momento, não há confirmação de prisão de suspeitos.

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