Texto: Divulgação
Chega aos cinemas brasileiros no dia 14 de agosto o documentário Neirud, dirigido por Fernanda Faya. A estreia acontece durante o mês da Visibilidade Lésbica e será acompanhada por sessões em salas independentes, além de mostras especiais voltadas à ativação de redes temáticas e afetivas, especialmente ligadas à comunidade LGBTQIA+.
A obra entrelaça memória popular, universo circense e histórias silenciadas do Brasil. O ponto de partida é uma investigação pessoal da diretora sobre Neirud, sua tia, uma mulher que marcou sua infância e cresceu com sua família circense, embora sua origem fosse envolta em silêncios. Neirud foi uma criança preta que fugiu de um lar abusivo nos anos 1930, encontrou abrigo no circo e, décadas mais tarde, integrou uma trupe feminina de luta livre vinda da Argentina.
Fernanda relata que o filme começou como um resgate familiar e se transformou em uma narrativa de amor e sobrevivência entre duas mulheres artistas queer que cruzaram o Brasil entre as décadas de 1950 e 1970, imersas no universo do circo.
“Tinha muitos caminhos possíveis: a herança circense, esse circo que não é só geracional, mas também cultural, sempre liderado por mulheres da minha família. Um circo que vai se transformando com o tempo: de férias, depois teatro, depois luta livre. É uma história que remonta aos refugiados ciganos que vieram pro Brasil e montaram esse circo”, relata Fernanda.
Neirud integrou o Chile Conecta 2022 e o Rough Cut Lab do Miradas Festival em 2023. Em sua trajetória, recebeu os prêmios de Melhor Filme e Melhor Montagem no Olhar de Cinema 2023, além de ter sido exibido no forumdoc.BH e no MixBrasil no mesmo ano. Em 2024, foi reconhecido na 5ª edição do PirenópolisDoc, onde recebeu o prêmio de Melhor Filme tanto pelo Júri Oficial quanto pelo Júri Jovem.
Com 72 minutos de duração, o documentário tem montagem de Yuri Amaral e distribuição da Descoloniza Filmes.