Estudo defende que pessoas pobres e negras tenham prioridade na vacinação

A revista científica BMJ Global Health publicou, na última semana, um estudo liderado por pesquisadores brasileiros e também do exterior, que defende como estratégia para conter a contaminação de covid-19 e evitar mais mortes. Priorizar a população mais pobre na vacinação.

O critério socioeconômico, de acordo com o estudo, teria a capacidade de conter o número de casos e de mortes

Por Andressa Franco*
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Revista Exame

A revista científica BMJ Global Health publicou, na última semana, um estudo liderado por pesquisadores brasileiros e também do exterior, que defende como estratégia para conter a contaminação de covid-19 e evitar mais mortes. Priorizar a população mais pobre na vacinação.

Esse é o grupo da sociedade mais atingido pela pandemia, como vem sido acompanhado desde o ano passado, muitos em trabalhos informais tinham a necessidade de se expor ao vírus para conseguir se alimentar, não conseguindo manter o isolamento social. Diferente de parcela da população com melhores condições socioeconômicas, que em muitos dos casos pode manter o chamado home office. Essa é justamente uma das justificativas do levantamento para priorizar esse grupo após a imunização dos grupos de risco, pois quem pode manter o isolamento tem menos chances de contrair a doença.

Baseado na geografia do estado de São Paulo, o estudo mostra a maneira como o coronavírus se relaciona com fatores de raça, renda e CEP, e traz como resultado não só um número maior de contaminação, mas de mortes entre as comunidades que vivem em localidades mais pobres. Geralmente bairros com maior densidade populacional, e também entre os pretos e pardos, em comparação a brancos. Sendo assim, essas pessoas além de serem as mais contaminadas, acabam sendo as que mais transmitem.

No caso da população pobre, em sua maioria não branca, outros fatores precisam ser considerados, esse é o grupo que mais utiliza o serviço público de saúde, e, em comparação ao sistema privado, os pesquisadores apontam que o risco de morte é 40% maior. Mas, independente do atendimento público ou privado, os pretos e pobres continuam sendo a parcela mais vulnerável, por ser a mais atingida com comorbidades como diabetes e hipertensão, por exemplo. Ou seja, fatores que contrariam a crença de que o vírus atinge a todos de maneira democrática.

Uma sugestão trazida, no entanto, não envolve a implementação de um critério racial para a imunização, mas dar prioridade às pessoas cadastradas no CadÚnico.

 

*Com informações da Revista Exame

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