“Eu ainda não sei viver sem você”, escreve viúva de Marcelo Arruda, assassinado em sua festa de aniversário em Foz do Iguaçu (PR)

Em uma carta emocionada, publicada nas redes sociais na manhã desta terça-feira (12), Pamela Silva descreve a dor pela perda precoce do marido, o guarda municipal petista Marcelo Arruda, assassinado pelo policial penal bolsonarista Jorge José Guaranho, no sábado (09).

Pamela Silva lamenta nas redes sociais o assassinato do marido, o guarda municipal e tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda

Por Daiane Oliveira

Imagem: Reprodução Redes Sociais

Em uma carta emocionada, publicada nas redes sociais na manhã desta terça-feira (12), Pamela Silva descreve a dor pela perda precoce do marido, o guarda municipal petista Marcelo Arruda, assassinado pelo policial penal bolsonarista Jorge José Guaranho, no sábado (09). Marcelo, de 50 anos, foi socorrido, mas morreu na madrugada de domingo (10).

Em uma festa temática do PT, Marcelo Arruda comemorava os 50 anos com familiares e amigos quando foi surpreendido por Jorge José Guaranho que desferiu tiros contra o guarda municipal. Guaranho desceu do carro, armado, gritando: “Aqui é Bolsonaro!”. Pamela Silva, que é policial civil, mostrou o distintivo e tentou impedir o assassino de entrar no salão de festa, mas não conseguiu impedi-lo.

Dentro do salão, o policial penal atirou duas vezes contra Marcelo Arruda que conseguiu revidar e atingir o policial penal. Em entrevista ao Fórum Café na manhã desta segunda-feira (12), Luiz Henrique Dias, amigo há 30 anos de Marcelo Arruda – que foi seu vice na chapa que disputou a prefeitura de Foz do Iguaçu em 2020 -, diz que Jorge Guaranho esteve no local para “matar os petistas”. O homem era desconhecido de todos do círculo de Marcelo, por isso o crime é tratado como intolerância política.

Jorge Guaranho se apresenta no Twitter como “policial penal federal, conservador e cristão”, além de afirmar que a arma é igual à defesa. O homem possui postagens apoiando o atual presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Em uma das fotos publicadas nas redes sociais, o policial penal aparece ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), filho do Presidente da República.

Marcelo Arruda deixa Pamela Silva e quatro filhos, com a policial civil são dois, sendo que o mais novo possui apenas 40 dias. Na carta aberta, Pamela diz que o marido deu razão à sua vida. “Primeiro nossa filha linda e inteligente a Helena, e agora nosso bebê Pedro (oh nego)”, diz Pamela.

“Eu ainda não sei viver sem você. Como me dizia que eu era uma mulher forte e inteligente vou tentar encontrar uma maneira de amenizar minha dor e dos pequenos  mas não agora, não consigo”, completa Pamela que também diz que chora ao escrever essas palavras.

Nesta segunda-feira (11) a Justiça decretou prisão preventiva ao atirador de Marcelo Arruda. O estado de saúde de Jorge José Guaranho é grave, mas segue estável. Caso sobreviva, será preso imediatamente após a liberação médica.

Policial responsável pelo caso é afastada e PGR rejeita federalização das investigações do assassinato de petista

A delegada Iane Cardoso começou a investigar o crime, porém por acumular postagens de ódio nas redes sociais contra petistas e eleitores de Lula, houve grande repercussão nas redes sociais. Nesta segunda-feira (11), o Governo do Paraná anunciou a substituição do delegado responsável pelas investigações que passou a ser a delegada divisional de homicídios, Camila Cecconello.

Antes de ser afastada, delegada Iane Cardoso se defendeu afirmando que trata o caso como sempre tratou as investigações de sua carreira e diz: “Não me defino como petista, nem como bolsonarista”. A delegada deve atuar no auxílio às investigações, de acordo com o Governo do Paraná, mas perde a titularidade do caso.

Após o anúncio do PT que pediria a federalização do caso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou informalmente que não vê motivos para a federalização da investigação. As investigações seguem na primeira instância, portanto, na Justiça do Paraná.

O partido afirma que um ataque a tiros à caravana realizada pelo ex-presidente em 2018 ainda está com o inquérito aberto e sem identificar os responsáveis pelos disparos, sendo que o caso também aconteceu no Paraná. Assim, esse novo crime de ódio à legenda política deveria ser federalizado na busca de uma aceleração das investigações diante da gravidade do crime e ser um ano eleitoral.

Compartilhar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *