Texto: Divulgação
O 4º Festival de Cinema Negro Zélia Amador de Deus inicia inscrições nesta quarta-feira (30) para cineastas interessados em exibir suas obras na edição de 2025. Com uma proposta de ampliação das narrativas negras e indígenas no cinema, o festival recebe curtas-metragens, animações, videoclipes e formatos diversos, todos produzidos entre janeiro de 2022 e novembro de 2024, com direção de pessoas negras ou originárias. A inscrição é gratuita e pode ser feita até 15 de novembro por meio de um formulário on-line.
Criado para celebrar e dar visibilidade ao cinema negro, o festival oferece prêmios em dinheiro que somam quase R$ 6 mil, além do Troféu Zélia Amador de Deus, que será entregue em cinco categorias: melhor filme da região amazônica, melhor animação amazônica, melhor filme nacional, melhor videoclipe e melhor projeto em múltiplos formatos. Os vencedores serão anunciados até 15 de dezembro, após seleção realizada por uma curadoria especializada da produtora Cine Diáspora.
Para impulsionar a produção audiovisual amazônica, o festival inclui uma categoria exclusiva para premiar trabalhos da região. Rafael F. Nzinga, diretor da Cine Diáspora, aponta que essa iniciativa busca abrir espaços no mercado para realizadores da Amazônia. Ele destaca a necessidade de visibilidade e apoio para produções amazônicas, que frequentemente enfrentam escassez de recursos e uma narrativa que privilegia visões externas sobre a região.
As atividades do festival vão além das exibições, com uma programação que inclui oficinas de formação técnica e debates sobre a produção audiovisual na Amazônia. Já estão confirmadas as participações de Francisco Ricardo, premiado diretor de arte, Kauê Bentes, fundador do coletivo Cine de Rua, e Bitate Juma, produtor do filme “O Território”. Esses profissionais vão ministrar oficinas e participar de mesas de diálogo.
A programação da 4ª edição, que ocorrerá entre 14 e 26 de janeiro de 2025 em Belém, conta também com o Encontro da Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), na Ilha do Combu. O encontro reunirá cineastas da Amazônia para discutir estratégias de circulação de filmes negros e indígenas, tanto na região quanto em outras partes do Brasil e no exterior. Além disso, haverá duas masterclasses: uma sobre distribuição de curtas-metragens e outra dedicada à coprodução de filmes indígenas, com foco em ampliação de mercado e distribuição.
O festival é realizado bianualmente desde 2019 e, em edições anteriores, percorreu cinco cidades do Pará, exibindo mais de 100 filmes e premiando 12 realizadores. Com apoio da Lei Paulo Gustavo, que incentiva cineclubes e festivais, a atual edição reforça o compromisso de fomentar a produção cinematográfica na Amazônia e valorizar histórias protagonizadas por diretores negros e indígenas, promovendo narrativas plurais para o cinema brasileiro.