Comédia baiana estrelada por Sulivã Bispo e Thiago Almasy, que já davam vida a Mainha e Júnior na websérie, ganha as telonas
Por Patricia Rosa
Imagem: Divulgação
Da gargalhada, passando pela representatividade e chegando até a emoção. Esses são os sentimentos que envolvem o filme ‘Na rédea curta’. O longa-metragem, de direção de Ary Rosa e Glenda Nicácio, conta com muito humor a história de uma mãe solo, a Mainha, personagem do ator baiano Sulivã Bispo, e seu filho Júnior, interpretado por Thiago Almasy.
A história de Mainha e Júnior começou em 2018 como uma websérie, o canal do youtube que com mais de 4 anos tem 406 mil seguidores. Sulivã Bispo conversou com a Afirmativa e fala da relevância desse feito:
“É uma importância muito identitária, uma comédia majoritariamente negra e nordestina. Nós temos aí dois feitos muito potentes”, disse o ator.
A história da família acontece no bairro da Lapinha, em Salvador (BA), Junior chegou aos 20 anos e vai ser pai, um novo sentimento brotou no jovem, a vontade de conhecer o seu pai. O jovem resolve voltar a Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, para ir em sua busca paterna. Mainha, super protetora, não deixa seu filho sozinho e se vê encurralada ao revisitar o passado. Uma viagem bem divertida, mas a emoção não fica de fora.
Com um elenco composto marjoritareamente por atores negros como: Zezé Motta, Luciana Souza, Arlete Dias, Jackson Costa, Edvana Carvalho, Genário Neto, Cristian Bell, Psiti Mota, Alan do Carmo, Rita Batista, Telma Souza, o filme fala sobre referências.
“Teve uma vez que a gente foi fazer um evento, onde tinham várias meninas com o tecido amarrado na cabeça de mainha, trazendo essa referência. Nós somos muito carentes de personagens pretos no humor, temos poucos, temos muitos pioneiros, mas precisamos de muito mais”, reflete Sulivã.
O intérprete de Mainha fala da construção de sua personagem e do cuidado com a fuga dos estereótipos à mulher negra.
“Mainha é o meu segundo personagem feminino, eu não uso nenhum tipo de enchimento, não reforço estereótipos que depreciem a mulher preta, eu sempre pontuo que eu não faço uma mulher, eu interpreto e trago de forma artística a forma que eu enxergo a minha mãe, a minha vó, a minha mãe de santo, as mulheres que moldam o meu caminhar, antes de fazer para qualquer pessoa, faço pra elas e com elas dentro da minha memória”, finalizou Sulivã.
O longa-metragem estreou no dia 01 de dezembro e é uma ótima pedida para a família, uma pitada de memória, amor e bordões. O filme segue em cartaz nos cinemas de todo o Brasil.