Desestabilizado, constrangido e com sonho interrompido, o candidato de 50 anos deseja reparação e que justiça tome as medidas cabíveis
Por Karla Souza
Imagem: Reprodução TV Globo
Aos 50 anos, Marcos Antonio Gomes da Silva estava realizando a primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, no domingo (5), em Recife (PE), como parte de sua busca para ingressar no ensino superior, um sonho almejado pelo vendedor e pesquisador. No entanto, esse sonho foi interrompido quando policiais militares o surpreenderam com um mandado de prisão.
Logo após a abordagem, foi constatado o erro, uma vez que o mandado era destinado a um suspeito que compartilhava o mesmo nome e data de nascimento que o dele, embora a filiação e naturalidade fossem distintas.
O candidato, que tinha o desejo de cursar psicologia, fisioterapia ou educação física, foi convocado pela coordenação do concurso a sair da sala de prova e assinar um documento quando estava respondendo à 30ª questão. Ao atender a essa solicitação, ele foi surpreendido por policiais militares que solicitaram um documento de identificação.
Após a constatação da discrepância nos documentos de identificação de Marcos, ele não foi autorizado a retornar à sala de prova, pois os policiais determinaram que ele fosse levado ao Instituto de Identificação Tavares Buril, localizado no Centro do Recife, para coletar suas impressões digitais. Marcos compartilhou em uma entrevista à TV Globo. “Eu tentei argumentar, mas não recebi apoio da coordenação do Enem.”
Após ser liberado, ele apresentou queixas contra os policiais por danos morais. Em razão da ação policial, o homem não conseguiu concluir a prova do Enem.
Marcos argumentou que estava emocional e psicologicamente abalado e permanece indeciso quanto a solicitar a reaplicação da prova em dezembro. Em suas palavras: “É irreparável. A gente se prepara, tem um sonho, e, de repente, uma falha acaba com tudo.”
O vendedor também descreveu a situação como constrangedora e expressou seu abalo emocional. Marcos aguarda que a Justiça tome as medidas apropriadas e que uma reparação adequada seja concedida.
Allan Negreiros, advogado de Marcos, anunciou sua intenção de buscar informações junto à Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) e, em seguida, iniciar um processo legal em busca de compensação por danos morais.